Friday, December 22, 2006

SUBSTITUIÇÃO APETITOSA?

O ser humano passa por diversas transformações durante a vida. Quando é jovem, cheio de energia e vitalidade, o sexo é tudo. Age como se, sem ele, a vida não tivesse o menor sentido. Que é preciso sexo para se sentir vivo. Depois, com o passar da idade, as fontes de prazer vão se diversificando. É um prazer assistir a um bom filme, peça de teatro, show musical, ler um livro, praticar esportes. Esta transformação é normal, não há nada de errado com ela.

O problema é quando o prazer do sexo é literalmente substituído pela comida. O escritor e cronista Ricardo Freire diz, de forma bem-humorada, que a comida é uma opção sexual como outra qualquer.

O fato é que esta é uma realidade cada vez mais presente nos dias de hoje: pessoas trocando o sexo pela comida. É a busca de boas sensações por meio da comida. O problema é que esta troca, para muita gente, passa a ser uma alternativa à falta de um relacionamento afetivo saudável. E, definitivamente, está longe de ser a melhor solução.

A vida moderna apresenta muitos desafios, como as questões financeiras, profissionais, de relacionamento, e o sexo acaba ficando em segundo plano. Às vezes, é preciso um esforço tremendo para continuar tendo uma vida sexual ativa.

Por isso, fique muito atento. Priorize sua vida sexual, suas relações afetivas. Namore, fique junto com sua parceira ou seu parceiro. Troque carícias. Não deixe acabar o erotismo do relacionamento.

Márcio D. Menezes, médico e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual.

Thursday, December 14, 2006

SENSUALIDADE OU EROTIZAÇÃO?

Afinal, o que é preferível? Uma pessoa sensual ou erótica? Num primeiro momento, a linha que separa as duas definições pode parecer tênue e, às vezes, até se confunde. Mas não deveria. Uma colega diz que prefere a sensualidade à erotização e explica de forma categórica que neste segundo caso as pessoas ficam expostas como um pedaço de carne.

Nos últimos anos, temos visto uma certa banalização do sexo. Há pouco tempo a televisão mostrou uma matéria sobre os bailes funks no Rio de Janeiro, onde algumas mulheres iam sem calcinha, com o propósito de fazer sexo nos chamados trenzinhos, de forma inconseqüente e insegura. Uma brincadeira arriscada, que pode trazer sérios prejuízos físicos e emocionais aos participantes.

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), metade das gestações é indesejada e uma a cada nove mulheres recorre ao aborto. No Brasil, os cálculos mostram que o índice de abortamento é de 31%. Ou seja, ocorrem aproximadamente 1,4 milhão de abortos espontâneos e inseguros, com taxa de 3,7 para cada 100 mulheres. A gravidade da situação também se reflete no SUS. Só em 2004, 243.988 mulheres foram internadas para fazer curetagem pós-aborto.

A pesquisadora Celuy Damásio vê na banalização do sexo na mídia um possível elemento deformador da personalidade do adolescente. Ela aponta para o risco de a juventude desenvolver a sexualidade dissociada de conceitos como amor, carinho e afetividade.

Apelar para a erotização não é o melhor caminho. Quem faz isso corre o risco de se tornar vulgar, ou, como diz a minha colega, pode se transformar em um pedaço de carne na vitrine para quem quiser levar.

A sensualidade, por sua vez, não é algo explícito e nada tem a ver com beleza física ou idade. Muitas pessoas, mesmo não sendo enquadradas nos padrões de beleza da mídia, exalam sensualidade. A sensualidade é um estado de espírito.

Ela é mais positiva e faz parte do jogo de sedução entre os casais. Um olhar, um gesto, uma palavra, uma atitude de carinho, o modo de andar, de agir, valem mais do que uma cinta-liga, uma jaqueta de couro.

A sensualidade do olhar, o mais doce e penetrante, exprime o que é mais profundo. Toda pessoa tem seu encanto, sua sensualidade e pode e deve usá-la no jogo da sedução, para apimentar e melhorar a vida sexual.

Tuesday, December 12, 2006

CAMPANHAS CONTRA AIDS PRECISAM MELHORAR

A Aids é uma doença que assusta e que já vitimou milhões de pessoas em todo o mundo. O Brasil é considerado referência quando se fala na prevenção à doença. E isto é muito bom.

Em todo o mundo, uma mudança de comportamento está colocado as autoridades de saúde em estado de alerta. Nos EUA, por exemplo, nos primeiros anos após a identificação da doença, ela era encontrada predominantemente entre gays brancos, que foram considerados durante muito tempo o principal grupo de risco. De lá para cá, a doença se espalhou. Como ficou comprovado, a Aids não escolhe cor da pele, partido político, religião ou raça.

Os números da Aids na população norte-americana estão estabilizados. No entanto, percebem-se pelas estatísticas que os negros se transformam nas principais vítimas da doença naquele país. Hoje os negros correspondem a 13% da população, porém, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA estima que eles representarão 50% dos novos casos de HIV no país nos próximos anos. Os brancos respondem por 34% dos portadores e os hispânicos, 17%.

Alguns estudos mostram que muitos dos negros infectados, mesmo sabendo de todos os riscos, evitam procurar ajuda especializada com medo de serem estigmatizados, de serem segregados. Entre os principais medos estão a perda do emprego e dos amigos.

Por causa disso as campanhas para combater a Aids nos EUA estão mudando o foco. Elas não estão apenas ensinando formas de prevenção, como o uso da camisinha e o risco de compartilhar seringas. O objetivo é mostrar que pessoas infectadas podem e devem procurar ajuda e tratamento para garantir a qualidade de vida não só para o paciente, mas a família também.

Com medo das consequências que podem ocorrer ao assumir que são portadores do HIV, muitos optam pelo silêncio. Outros escondem da família e podem acabar transmitindo o vírus para esposas ou maridos. O silêncio não é o melhor caminho; é preciso buscar ajuda. As campanhas, também no Brasil, devem começar a discutir isso.

Monday, December 11, 2006

"NORMALIDADE" SEXUAL

Toda pessoa em idade adulta, em algum momento da vida, já deve ter se perguntado se tem uma vida sexual normal; se está dentro dos padrões do que se considera normalidade. Esta é uma preocupação comum entre as pessoas.

Recentemente, um leitor da coluna enviou um e-mail dizendo que se relacionava sexualmente com sua mulher três, quatro vezes ao dia, ou o quanto ela suportasse e, mesmo assim, não se sentia satisfeito, sempre queria mais e isso o deixava frustrado e insatisfeito.

Mas, afinal, o que é normalidade em se tratando de atividade sexual? Bom, na medicina o termo normal é sempre tratado de forma quantitativa. Por exemplo: uma gravidez de gêmeos ou trigêmeos não é normal, porém não é doença. Esse tipo de gravidez foge do padrão quantitativo de normalidade, mas não há nada de errado com isso. É saudável.

Outro exemplo. A psiquiatra Carmita Abdo coordenou uma pesquisa patrocinada por um laboratório americano sobre a sexualidade brasileira para o Projeto de Sexualidade do Hospital das Clínicas de São Paulo. Foram entrevistados três mil homens e mulheres com idade entre 17 e 70 anos, de todas classes sociais.

Descobriu-se que a média de relações do brasileiro é de três vezes por semana. Ou seja, um homem brasileiro com 60 anos, que tenha relações sexuais todos os dias, pode ser considerado não normal levando-se em conta os padrões estatísticos sobre a sexualidade. Porém ele não necessariamente será uma pessoa doente. Nem sempre o que não é normal não é saudável.

Se a pessoa faz sexo uma vez por semana ou uma vez por mês e se sente bem e satisfeita, não há qualquer problema. O critério é sempre íntimo e relativo. Podemos dizer que o que não é normal é o que causa transtorno, traz frustração e sofrimento patológico.

Além do critério estatístico, é importante ter um componente mórbido, que traz sofrimento e dor, seja física ou emocional. A qualidade e a freqüência da atividade sexual são consideradas sadias quando satisfazem quem dela participa.

Se não está havendo satisfação, aí sim, é o momento de ficar preocupado, de fazer questionamentos e buscar uma solução com acompanhamento especializado.

Friday, December 08, 2006

FOLHA DE LONDRINA - 08/12/06

Dias atrás eu recebi um e-mail de um adolescente de 19 anos que passava por uma crise familiar. Muito preocupado, disse que não estava conseguindo manter relações sexuais com a namorada. No início ele não se preocupou muito, porém o problema começou a se tornar constante.

Esta situação é quase um contra-senso com a imagem que muita gente tem dos adolescentes. A imagem de virilidade, de que os garotos estão sempre prontos e dispostos ao sexo já que dispõem da saúde da juventude.

Mas a verdade é que não é bem assim. A adolescência é um período extremamente conturbado na vida de uma pessoa. É a passagem da fase de ser criança, de brincar despreocupado, cheio de sonhos, para o mundo adulto e todo o peso que isso significa. Há muitas fragilidades neste período da vida.

E não há como fugir disso. Todos passam pela adolescência com mais ou menos atribulações emocionais. As relações são conflitantes, as pressões da vida adulta começam a se fazer presentes; é hora de tomar várias decisões importantes que vão influenciar a vida futura, como, para citar um exemplo, qual a melhor profissão seguir.

Isso gera estresse emocional que pode afetar o jovem de diversas maneiras. Entre elas as relações afetivas. O fato de não conseguir ter mais relações sexuais com a namorada pode ter várias razões. Nesta idade, na faixa de 17 a 25 anos, dificilmente o jovem tem algum problema orgânico que possa provocar uma falta de ereção. Uma das formas de descartar esta possibilidade é saber se as ereções durante o sono ou as matutinas, quando o jovem acorda de manhã, continuam acontecendo. Se estão ocorrendo normalmente é sinal de que o problema pode ser emocional.

Neste caso é preciso analisar se a relação com a namorada não está desgastada. Muitos jovens mantêm um relacionamento sexual com a namorada mesmo quando não tem mais interesse afetivo, o que pode provocar um estresse emocional.

Outros fatores situacionais podem estar dificultando a ereção, como o ambiente em que o casal está. Se o casal está ansioso isso também atrapalha o ato sexual. Mas de toda forma, o melhor caminho é procurar um profissional especializado.

Mito ou verdade?

Ao contrário do que se pensa, homens mais novos, na faixa de 17 a 25 anos, também podem ter disfunção erétil.

Márcio D. Menezes, médico e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual.

Tuesday, December 05, 2006

SEDUÇÃO E FANTASIA

A fantasia faz parte da nossa vida sexual. Ela é muito mais comum do que se imagina e tem um papel de estimulador do desejo, das vontades da excitação. A psicoterapeuta sexual Kátia Horpaczky diz que fantasiar sobre sexo nada mais é do que um recurso natural para alcançar o prazer sexual combinando corpo, mente e sentimentos. Não se pode separar o corpo da mente, então pode-se dizer que toda fantasia sexual é considerada uma reação psicossomática.

A fantasia sexual tem vários objetivos, entre eles aumentar o prazer da atividade sexual; funcionar como substituto da experiência real (muitas vezes inacessível); induzir à excitação ou ao orgasmo; atuar como ''ensaio mental'' para experiências sexuais posteriores.

Homens e mulheres, voluntária ou involuntariamente, usam de artifícios para poder seduzir o parceiro. Entre os objetos usados pelas mulheres e que mais têm poder de sedução e provocam fantasias nos homens, podemos citar as lingeries, em especial, a calcinha.

Ninguém sabe ao certo quando a calcinha foi criada como peça de vestuário íntimo feminino, mas há registros de que no século 16, em Veneza, as prostitutas vestiam uma espécie de calção por baixo das enormes roupas da época, para provocar a libido dos mercadores.

Três séculos depois, na França, Josephine, companheira de Napoleão Bonaparte, passou a adotar roupas íntimas brancas e um pouco mais curtas. De lá para cá a evolução foi enorme e hoje podemos encontrar nas lojas especializadas uma infinidade de modelos para todos os gostos e bolsos.

Mas, independente do tamanho, do modelo ou da marca, a calcinha, além de peça de vestuário, é usada como objeto de sedução e tem um poder enorme na estimulação das fantasias masculinas.

É importante deixar claro que a fantasia sexual ajuda o casal a sair da rotina, dá um novo sabor à relação e isto é muito saudável.

Friday, December 01, 2006

LUTA CONTRA A AIDS

Primeiro de dezembro é considerado o Dia Mundial de Luta contra a Aids.

Assembléia Nacional de Saúde, da Organização das Nações Unidas, em outubro de 1987, e reforça a solidariedade, a tolerância e a compaixão entre os povos.

O fato é que a aids é uma doença que preocupa o mundo todo pela gravidade e devastação que causa. É uma doença que se manifesta após a infecção do organismo pelo vírus HIV do inglês Human Immunodeficiency Vírus. Também do inglês deriva a palavra Aids - Acquired Immune Deficiency Syndrome que em português significa Síndrome da Imunodeficiência adquirida.

O contágio acontece através da exposição do indivíduo a circunstâncias que podem causar dano a saúde. O sexo sem camisinha, o uso de seringas e agulhas não descartáveis são situações de risco.

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, já foram identificados cerca de 433 mil casos de aids. Este número refere-se a identificação do primeiro caso, em 1980, até junho de 2006. A taxa de incidência foi crescente até metade da década de 90, alcançando, em 1998, cerca de 19 casos de aids por 100 mil habitantes.

Os novos números da aids no Brasil apontam para uma queda acentuada nos casos de transmissão vertical, quando o HIV é passado da mãe para o filho, durante a gestação, o parto ou a amamentação. A redução foi de 51,5%, entre 1996 (1.091 casos) e 2005 (530 casos). Em 2006, de janeiro a junho, foram notificados 109 casos nessa categoria.Há, no entanto, uma nova tendência que começa a ser observada. É o crescimento da epidemia nas pessoas com 50 anos ou mais entre 1996 e 2005. Conforme dados do Ministério da Saúde, na faixa etária de 50-59 anos, a taxa de incidência entre os homens passou de 18,2 para 29,8; entre as mulheres, cresceu de 6,0 para 17,3. No mesmo período, há aumento da taxa de incidência entre indivíduos com mais de 60 anos. Nos homens, o índice passou de 5,9 para 8,8. Nas mulheres, cresceu de 1,7 para 4,6.

Esta mudança de comportamento se deve principalmente aos novos medicamos que surgiram para o combate a impotência e que garantem o prolongamento da atividade sexual. A mesma pesquisa mostra que quase 91% da população brasileira de 15 a 54 anos citou a relação sexual como forma de transmissão do HIV e 94% citou o uso de preservativo como forma de prevenção da infecção.

Apesar de saberem da necessidade do uso da camisinha, muitos homens e mulheres com mais de 50 anos ainda resistem a usar o preservativo. O que tem contribuído para o aumento da incidência da doença nesta faixa etária.

Mitos e verdades

O vírus da Aids não é transmitido através do beijo, toque, abraço, aperto de mão; compartilhamento de toalhas, talheres, pratos, suor e lágrimas
Ele pode ser transmitido através de relações sexuais desprotegidas – sem o uso de camisinha – anais, orais e vaginais; compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas; transfusão de sangue infectado; de mãe para filho inclusive, pela amamentação

Tuesday, November 28, 2006

ÁLCOOL X SEXO

Muitas pessoas acreditam que determinadas bebidas alcóolicas têm poder afrodisíaco. Entre as mais citadas está o vinho. Num jantar romântico, o brinde é sempre um momento especial, pois mexe com os cinco sentidos. Mas o abuso do álcool pode acabar com qualquer clima sensual e provocar graves problemas à saúde.

A bebida alcóolica age diretamente no sistema nervoso central, afetando os reflexos. Em pequena quantidade, proporciona sensação de relaxamento. Porém, se consumido em maior quantidade, o álcool transforma-se num sério problema. Neste caso, funciona como depressor e inibidor da libido.

Há também as pessoas que usam a bebida como remédio para a ejaculação precoce, já que, em pequena quantidade, provoca sensação de desaceleração, reduzindo o nível de ansiedade.

O álcool também é usado pelos jovens para aumentar a coragem na hora da paquera. Uma pesquisa realizada em 1998 mostra que 71% dos adolescentes já haviam ingerido algum tipo de bebida alcóolica. Além disso, a pesquisa aponta que o consumo de álcool tem aumentado entre as mulheres.

Outra questão importante apontada é que os adolescentes, depois de ingerirem bebidas alcóolicas, ficam mais descuidados com relação ao sexo. Empolgados, muitos esquecem de usar preservativo, aumentando o risco de contraírem doenças sexualmente transmissíveis.

O Instituto Barong, organização que trabalha para a redução da incidência de Aids no Brasil, realizou uma pesquisa com 834 jovens entre 13 e 30 anos. A organização encontrou uma estatística que comprova a relação direta entre o consumo de álcool e a diminuição do uso de preservativos. Entre as pessoas que consumiram álcool em diferentes quantidades e que tiveram relações sexuais na noite anterior à pesquisa, 73,7% não usaram preservativos.

O álcool, como todos sabem, também pode causar dependência física e psicológica, além de ocasionar danos irreversíveis em vários órgãos do corpo. Usada sem moderação, a bebida provoca o envelhecimento precoce e compromete a libido e a capacidade de ereção, prejudicando sensivelmente a qualidade de vida do indivíduo.

Márcio Dantas de Menezes, médico e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual

Friday, November 24, 2006

FRIGIDEZ E AUSÊNCIA DE ORGASMO

A frigidez ou falta de desejo sexual é uma das disfunções sexuais mais comuns nas mulheres. Mais de 50% das pacientes atendidas nos consultórios apresentam o problema. Viver em uma sociedade onde o desempenho e o desejo sexual são maciçamente cobrados ajuda a criar expectativas e dificultar a satisfação. A frigidez é um problema sério que merece investigação das causas e tratamento adequado.

Para que isto ocorra é preciso deixar claro que frigidez e ausência de orgasmo são dois problemas diferentes. Mulheres que não conseguem experimentar orgasmo podem continuar tendo prazer e interesse sexual. Já no caso da frigidez, o principal sintoma é a diminuição ou falta de desejo.

É importante lembrar que, ao contrário do que pensam alguns, o desejo sexual do ser humano adulto e consciente não se compara à simples pulsões fisiológicas, como fome e sede. Ele é formado por três componentes principais; a biológica, a psicológia e a social.

O passo seguinte é compreender que uma mulher não ''é frigida'', ela ''está'' sem desejo. Os motivos podem ser circunstanciais, como stress e descontentamento com o parceiro; podem ser psicológicos, como educação rígida e repressiva ou experiências traumáticas; e, em menor grau, podem ser problemas orgânicos.

A mulher que sofre com este problema não faz parte de um pequeno grupo. Estudos feitos com mulheres de 18 a 59 anos mostram que 33% apresentam déficit de desejo sexual; 24% descrevem anorgasmia (não têm orgasmo) e 19% relatam dificuldade de excitação.

Pesquisas apontam ainda que 66% das mulheres sofrem de alguma queixa de dispareunia (dores na penetração) - uma das principais causas da frigidez. A dor ofusca qualquer desejo. A penetração antes da mulher se sentir devidamente lubrificada é o fator que mais provoca esse tipo de desconforto. Mas há situações como inflamações e infecções genitais que causam contrações e dores.

Outros motivos que podem causar a diminuição ou perda da libido são as alterações hormonais, debilidade física, problemas vasculares ou circulatórios e uso incorreto de medicamentos. Fumo e álcool também podem causar frigidez, pois atuam como depressivos.

É sempre importante procurar um médico que vai orientar e indicar o melhor tratamento.

Tuesday, November 21, 2006

SEXO MEDE QUALIDADE DE VIDA

Como se mede a qualidade de vida? Há vários indicadores que mostram a qualidade sob diversos pontos de vista. Um deles é o sexo. A felicidade sexual é um indicador de boa saúde. Sexo é forma benéfica de demonstração de bem-estar. A alteração na qualidade da vida sexual pode demonstrar distúrbio físico ou emocional. Tanto a ausência completa como o excesso pode significar um distúrbio. É preciso ter muito cuidado com os hiper, super. Todo exagero é merecedor de atenção.

É o caso da compulsão sexual. O brasileiro, em média, tem três relações sexuais por semana, segundo pesquisas realizadas pela doutora Carmitta Abdo, fundadora do Projeto Sexualidade do Instituto de Psiquiatria da USP. Se a pessoa se relaciona quatro, cinco, seis vezes ao dia e mesmo assim não se satisfaz, é o caso de procurar ajuda especializada.

Mas se a pessoa não se relaciona mais sexualmente por falta de desejo ou de excitação há grandes possibilidades de que ela esteja com algum problema de saúde. O estado de excitação pode estar relacionado a alterações hormonais, neurológicas, vasculares, infecções pontuais ou localizadas.

Já outras pessoas deixam de se relacionar sexualmente por temerem perder o parceiro; por terem medo de não chegarem ao orgasmo; de não se satisfazerem ou não satisfazer o seu parceiro. Há também os que consideram não dispor das ferramentas para o sexo como pênis pequeno, inconformidade genital, estrutura vaginal inadequada ou outros problemas de ordem física. Nesses casos é preciso corrigir os problemas para que a pessoa volte a ter uma vida sexual normal.

É por isso que podemos dizer que o sexo é também um indicador de saúde e de qualidade de vida.

Mas é bom estar atento sempre, pois a ausência de sexo não significa necessariamente doença ou problema. Hoje as pessoas são muito mais esclarecidas com relação ao assunto e, para muitas delas, não ter atividade sexual pode ser uma opção consciente. É o caso, por exemplo, de alguns grupos religiosos.

Se você optou por não ter sexo e vive bem não há qualquer problema.

Márcio D. Menezes, médico e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual

Thursday, November 16, 2006

Exercícios físicos melhoram o sexo

Quando as pessoas com mais de 40 anos pensam em desempenho sexual sempre relembram seus 20 anos, quando o vigor da juventude estava à disposição. Mas o tempo passa para todos. As responsabilidades aumentam, a rotina do dia-a-dia desgasta e as atividades prazerosas acabam sendo colocadas de lado ou até esquecidas. Porém, há tempo para mudar. É possível, por exemplo, manter o desempenho sexual em ótimo nível adotando práticas mais saudáveis.

A principal delas é mandar o sendentarismo para o espaço e fazer atividades físicas com regularidade. Ao contrário do que muita gente pensa, não é preciso ser atleta ou frequentar academias sofisticadas para melhorar a saúde e, consequentemente, o desempenho sexual. Uma simples caminhada diária já proporciona melhoras.

Quando se pratica esportes, o corpo libera serotonina - substância presente no cérebro que age como neurotransmissor, permitindo a comunicação entre as células nervosas do cérebro, os neurônios. Esta comunicação é fundamental para a percepção do ambiente e para a capacidade de resposta aos seus estímulos.

A serotonina desempenha importante papel no sistema nervoso, com diversas funções, como liberação de alguns hormônios, regulação do sono, do apetite, da atividade motora e das funções cognitivas. Ela ajuda a melhorar o humor, causando sensação de bem-estar.

Além da serotonina, é importante ressaltar que a prática de esportes deixa as pessoas mais dispostas ao sexo. O círculo de amizade aumenta, a auto-estima melhora, o nível de estresse e de ansiedade é reduzido, além de outros benefícios. Exercícios feitos regularmente, como andar de bicicleta ou caminhar, melhoram a eficiência do coração, pulmões e sistema circulatório, permitindo que o corpo transporte mais oxigênio e proporcionando maior resistência do organismo.

Lógico que o sedentário não deve sair por aí fazendo exercícios. Antes de mais nada é preciso procurar um médico para uma avaliação clínica.

É essencial começar devagar, respeitando os limites do organismo. Depois que o seu corpo estiver adaptado, é só aproveitar os benefícios que o novo ritmo de vida proporciona.

Márcio D. Menezes, médico e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual

Friday, November 03, 2006

Depressão causa abatimento sexual?

A perda do desejo, excitação e dificuldade de atingir orgasmo são sintomas da depressão. Embora pesquisas apontem que a doença é mais comum entre as mulheres, ela tem se mostrado presente também no mundo masculino. A maior causa de depressão entre homens é o desemprego. Nas mulheres, a causa mais comum é a perda de um ente querido e a separação.

Pesquisa do Hospital das Clínicas de SP descobriu que as chances de um homem desempregado ''falhar'' é 83% maior que a de um homem que está trabalhando. Nas mulheres, a possibilidade da perda do desejo é 66% maior quando perdem o emprego.

A reação ao problema também é diferente. Enquanto entre as mulheres o ''esfriamento'' causa desconforto e se equipara aos demais sintomas em importância, entre os homens a perda do desejo sexual funciona como um sério agravante no processo da própria doença.

Estudos evidenciam que a depressão aumenta em 93% o risco do homem vir a sofrer de disfunção erétil. É que a depressão, aliada ao não tratamento, pode desencadear o problema e consolidá-lo. O fato da maioria dos medicamentos afetarem a libido atrapalha ainda mais o tratamento.

O ponto mais importante para o sucesso do tratamento é a continuidade. A fase mais aguda do tratamento dura entre 30 e 45 dias, depois a situação melhora e o desejo começa a voltar.

É importante lembrar que ter fases de depressão é natural. O descontentamento, a tristeza e a melancolia são sintomas de que não estamos vivendo da forma como gostaríamos e de que desejamos mudanças. Simbolizam um tempo de recolhimento para se preparar e solucionar o que não nos agrada.

Quando há um motivo para esta ''tristeza'', a depressão é absolutamente normal. Superado o problema, a pessoa volta a se sentir bem. A depressão só é doença quando seus sintomas permanecem por muito tempo ou aparecem sem motivos evidentes.

Em ambos os casos, o estado de depressão merece cuidados. Sempre que ele se prolongar além do que poderia ser considerado comum, é necessário buscar orientação médica.

Márcio D. Menezes, médico e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual

NO SEXO FUJA DA ROTINA

Hoje a rotina a que as pessoas são submetidas no dia a dia, trabalho, escola, curso extracurriculares e uma série de outros problemas acabam reduzindo o tempo que temos para desfrutar momentos de prazer com o nosso parceiro ou parceira. É sempre bom lembrar que o sexo precisa ser aprendido e renovado o tempo todo. Não há dúvida de que um dos principais inimigos dos casais é a rotina.Dias atrás li um texto muito interessante no site Terra sobre a professora de Yôga e psicoterapeuta Saida Elkefi, co-autora do livro Êxtase Sexual, com dicas muito interessantes para a satisfação do casal.

Veja as sugestões da professora para que os casais tenham mais prazer no ato sexual:

O cenário. Um ambiente tranqüilo, sem ruídos nem interrupções, é uma ótima influência. A luz deve ter pouca (ou nenhuma) intensidade. Deixe alimentos e bebidas excitantes ao alcance da mão, com uma boa música.

O aspecto. Embora a mulher não costume ter dificuldade para parecer sedutora, não ocorre o mesmo com a maioria dos homens, que freqüentemente não cuidam de sua aparência. É conveniente fazer um esforço para se apresentar com um aspecto melhor.

A conversa. Um fator fundamental consiste no homem saber dirigir a conversa. Ele tem que ser amável e interessante, deve fazer rir, saber contar histórias divertidas ou encantadoras, mas, sobretudo, persuadir sua companheira.

Os beijos. Para os orientais, da mesma forma que as carícias e os contatos íntimos, os beijos devem obedecer as fases longas e progressivas que se sucedem umas às outras. O beijo simples, límpido e sereno, no qual os lábios unem suas salivas úmidas, é a primeira onda do amor. De forma natural, dá-se o passo ao beijo profundo, no qual as pontas das línguas entram em contato e se entrelaçam, dando voltas. As pressões são cada vez mais fortes. Finalmente chega o beijo penetrante, no qual cada amante introduz, sucessivamente, sua língua na boca do outro, na busca de contatos mais profundos, chegando inclusive a tocar o fundo da garganta do outro.

Tirar a roupa. No início, pode-se permanecer em pé, mas fazer com que a mulher se sente ou se deite facilita muito as preliminares. Alguns beijos e carícias precedem o momento de tirar a roupa. Convém que o homem participe do processo.

As carícias. Da mesma forma que os beijos, que vão se afastando do rosto e do pescoço, as carícias se espalham por todo o corpo, em forma de leves pressões, atritos, chupadas e mordidas, excluindo, a princípio, as regiões genitais e reservando-as para mais tarde.

As zonas erógenas. No homem, as zonas mais sensíveis se localizam perto de suas áreas genitais, embora também sejam sensíveis, em menor medida, no pescoço, peito, abdome, face interna das coxas e pés. Na mulher, a região que mais desperta seus desejos sensuais são os seios. Outras zonas interessantes são pálpebras, bochechas e orelha, pescoço, quadris, abdome, face interna das coxas e axilas.

Saturday, October 28, 2006

PRÓTESE

A implantação de prótese não pode ser a primeira escolha. Mesmo sendo uma excelente alternativa, só é válida quando outras tentativas de tratamento falham. É indicada principalmente em casos de disfunção erétil mais graves e comprovadamente de origem orgânica. Mas também pode ser uma alternativa quando o paciente não se adapta a medicamentos - não faz efeito ou há contra-indicação -, ou a outro método minimamente invasivo. Os resultados são satisfatórios em até 90% dos casos.

Este tratamento começou de forma rudimentar. Para se ter uma idéia, em 1950, o procedimento consistia na retirada da costela do paciente e a sua implantação no pênis. A idéia surgiu após observações de que mamíferos como o urso eram portadores de parte óssea na formação do pênis.

Na década de 70, apareceram as primeiras próteses de silicone rígido, que hoje não são mais usadas. Atualmente, as mais usadas são as semi-rígidas, compostas por uma camada de silicone firme, que reveste uma outra de silicone macio (gel), ambas envolvendo um pequeno filamento de prata ou aço, que permite boa rigidez na ereção e dá ao implante maleabilidade satisfatória.

A vantagem está na facilidade do implante, índice de complicação baixo, rigidez peniana adequada e altas taxas de sucesso. As desvantagens incluem a dificuldade ocasional em ocultá-la e a eventual necessidade da realização de procedimentos endoscópicos transuretrais.

Há também as do tipo inflável, que contam com mecanismos de inflação e deflação eficientes. As vantagens são o tempo de cirurgia mais curto, mecanismos de fácil manuseio e boa qualidade de ereção.

É importante ressaltar que, mesmo nos casos que justificam o procedimento, é superficial e irresponsável tratar o problema apenas sob o foco orgânico. O fator emocional deve ser considerado. Afinal, a ereção do pênis depende de fatores psicológicos e é resultado de psicogênicos como desejo e fantasias sexuais, e reflexogênicos, sobretudo o toque na área genital.

Na falta de estímulo sexual ou diante de situações de ansiedade, são liberadas substâncias que provocam contrações dos corpos cavernosos e perda da ereção. Logo, o desejo sexual, o apoio e a compreensão da parceira são fundamentais para garantir o sucesso do tratamento com prótese.

Márcio Dantas de Menezes - médico, palestrante e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual

Thursday, October 26, 2006

CREMES PODEM FAZER DIFERENÇA

Um leitor da coluna Sexo e Comportamento enviou um e-mail querendo saber se os cremes vendidos em lojas de artigos eróticos realmente têm o efeito que prometem e se eles podem fazer a diferença no sexo. Alguns desses produtos dizem que retardam a ejaculação, outros afirmam possibilitar mais excitação às mulheres.

O uso de cremes ou óleos especiais é muito comum entre os casais que buscam mais prazer na relação. Passar o creme no corpo do parceiro ou da parceira é uma forma muito agradável de fazer e ter carinho.

O fato de muitos desses cremes serem encontrados em sex-shop já dão uma conotação diferente, de busca de um prazer mais intenso. Eles induzem à fantasia erótica, à sensualidade, criando um clima para a relação.

Alguns desses cremes possuem substâncias vasodilatadoras à base de fentolamina e papaverina, que teriam a função de melhorar a excitação sexual. Tecnicamente, eles apresentam mais um efeito placebo.

Placebo é o nome que a medicina dá a um medicamento com princípio ativo sem ação química, que o médico prescreve ao paciente dizendo ser um medicamento ativo, real.

O clitóris tem 400 milhões de terminações nervosas sensitivas por centímetro quadrado, mas não acredito que essas substâncias, aplicadas em forma de creme, tenham absorção suficiente na região genital para, por exemplo, provocar a ereção do clitóris.

Porém, com o uso dos cremes, a fantasia está instalada. Os casais podem fazer massagens um no outro. Essas carícias ajudam a conhecer melhor o corpo do parceiro, encontrar os pontos mais sensíveis, de maior excitação e prazer. O toque é um aprendizado. É sempre bom lembrar que a pele é o maior órgão do corpo humano, com milhões de terminações nervosas e por isso traz benefícios ao ato sexual.

Alguns cremes também são muito usados para facilitar a penetração vaginal ou anal. É importante ressaltar que a penetração deve ser feita sempre com camisinha. O preservativo ainda é a melhor forma de evitar doenças sexualmente transmissíveis.

Wednesday, October 25, 2006

APRENDENDO CARÍCIAS

Hoje vamos tratar de um assunto que nem sempre é compreendido ou aceito ainda pela sociedade: a masturbação. Vamos começar com os mitos sobre a masturbação. Ainda hoje, adolescentes recebem e propagam informações equivocadas sobre essa prática. Ainda é comum adolescentes ouvirem histórias de que a masturbação provoca o aumento de pêlo nas mãos, que aumenta a incidência de espinhas e cravos no rosto, que dá caroço no peito, que gasta o sexo.

Antigamente, chegava-se a dizer que a masturbação provocava loucura. Nada disso é verdade. Essas histórias são passadas de geração a geração para assustar os adolescentes. O fato é que, apesar de todas as informações disponíveis, a masturbação ainda é um tabu social e religioso. Algumas religiões consideram a masturbação um pecado e que deve ser condenada, pois, conforme elas, o ato sexual deveria ser realizado apenas visando a reprodução. É este pensamento que incute na mente das pessoas a sensação de culpa pela prática da masturbação.

Sem querer entrar na discussão religiosa, a masturbação, tanto masculina como feminina, é natural. Podemos dizer que o sexo é aprendido todos os dias. Se fosse uma escola, a masturbação seria a pré-escola. Você entra na pré-escola e vai evoluindo. A masturbação faz parte da descoberta da sexualidade e da busca do conhecimento do próprio corpo.

Se você não conhece o próprio corpo, seus genitais, suas funções, pode não desfrutar as sensações do sexo na sua plenitude. Para quem não sabe, a mão tem 40 mil terminações nervosas. O homem só tem consciência do tamanho do pênis em ereção quando toca com as mãos.

A masturbação acompanha as pessoas por toda a vida e é percebida com freqüência na terceira idade. A prática entre pessoas casadas também é uma forma de redescobrimento do corpo um do outro. Ela cria a percepção do clima erótico e da fantasia que os casais, com o passar do tempo e com a convivência, acabam esquecendo. Na ausência do parceiro, por exemplo, a masturbação é a possibilidade e a liberdade para exercer a função orgástica para o bem-estar.

Tuesday, October 24, 2006

VIVER JUNTO

Uma das necessidades e características do ser humano é a convivência com seus semelhantes. Nem a pessoa mais isolada do mundo deixa de sentir vontade de ter alguém ao seu lado, seja uma amizade ou um relacionamento amoroso.

Todos nós temos afinidades e diferenças com os grupos sociais aos quais fazemos parte e o convívio é importante para o nosso crescimento como pessoas. Entretanto, muitas vezes, certos fatores dificultam a convivência social.

Atualmente, o visual é muito importante no relacionamento social e muitas pessoas, mesmo com bom estado físico e de saúde, acham que sua aparência não está de acordo com o considerado padrão e que isso pode atrapalhar até mesmo na hora de conseguir um emprego, por exemplo.

Considerado um luxo feminino há certo tempo, a influência da imagem na convivência entre os semelhantes também já atingiu os homens. Seja através do esporte, de dietas ou mesmo de procedimentos estéticos, todos tentam manter o corpo são e bonito para conquistar uma mente sã.

Mais que uma questão estética, a preocupação com a aparência física é um fator determinante naquilo que a pessoa considera capaz de conquistar em sua vida, ou seja, seus prazeres e satisfações.

Para resolver estes problemas, existem muitos procedimentos estéticos que não mudam somente a aparência, mas a essência de cada pessoa. O convívio social torna-se mais prazeroso e aberto, com relacionamentos saudáveis e estáveis, sem a angústia da insegurança.

Essa finalidade de proporcionar saúde mental condiz com a realidade da Organização Mundial da Saúde (OMS), órgão majoritário da luta pela saúde mundial e deve condizer com a realidade dos profissionais da área de saúde, uma vez responsáveis não somente pela integridade física, mas também intelectual de seus pacientes.

A sociedade necessita que mais profissionais, não somente na área de saúde, pensem e sintam essa responsabilidade de tratar os indivíduos como pessoas conscientes e capazes de estagnação pelo fato da não aceitação diante de problemas de relacionamento amoroso, de trabalho, familiar e outros que influenciam sua maneira de agir e pensar.

A filosofia é caminhar de mãos dadas com o paciente, para que ele possa sentir-se bem e desfrutar de tudo que o convívio social pode lhe proporcionar.

Thursday, October 19, 2006

REPENSANDO A VIDA

Algumas pessoas que recebem um transplante de córnea e voltam a enxergar passam por um processo de adaptação. Elas precisam reaprender a perceber as novas sensações, identificar as tonalidades de cor, apurar o sentido de profundidade, lateralidade, enfim, reaprender a enxergar.
É o que acontece muitas vezes com uma pessoa que, por muito tempo, sofreu com a disfunção erétil. Até pela frustração que esse problema causa, as pessoas que sofrem com essa doença vão colocando os desejos sexuais numa espécie de cofre. Hoje existem vários tratamentos para solucionar o problema da disfunção erétil. Primeiro de tudo, é preciso determinar a causa ou as causas. Hoje sabemos, dependendo da faixa etária, que a maioria é de ordem física e não psicológica.
Os exames disponíveis envolvem a mais avançada tecnologia, desde exames de sangue e raio-X até procedimentos mais elaborados, como o Doppler, para quantificar o fluxo arterial; o TPN, que é o monitoramento da tumescência peniana noturna; estudos neurofisiológicos; cavernosograma; cavernosometria e demais.
Quanto aos tratamentos, podem ser clínicos, através da prescrição de medicamentos; psicossexuais, via terapias de casal ou individual breve; cirúrgicos, como cirurgia arterial, cirurgia venosa, inclusão de próteses maleáveis, de próteses infláveis ou de procedimentos cirúrgicos combinados.
Cada caso é um caso. Mas para todos há solução. Hoje não há mais razão para que o homem deixe de ter uma vida sexual plena, ativa e gratificante, afastando o fantasma da impotência definitivamente.
Mas o que temos percebido é que muitos homens, mesmo não tendo mais problemas orgânicos para ter uma vida sexual saudável, continuam guardando no cofre seus desejos sexuais e demoram a entender que ele pode e deve desfrutar a nova situação. São pessoas que precisam reaprender a perceber as sensações.

Tuesday, October 17, 2006

PROIBIÇÃO PODE MUDAR PADRÃO DE BELEZA

O padrão de beleza interfere fortemente na auto-estima do indivíduo e pode prejudicar diretamente sua saúde e, conseqüentemente, a qualidade de vida. Por isso, é tão bem-vinda a polêmica que está incendiando o mundo da moda.
Recentemente, o governo espanhol proibiu modelos exageradamente magras de desfilarem na semana de moda de Madri. Ficou definido naquele país que apenas as modelos com IMC (índice de massa corporal) a partir de 18,5 (razão matemática que equivale a 56 kg para uma modelo com 1,76m de altura) poderiam desfilar. E agora outros países prometem seguir o exemplo.
Não há como negar o poder da moda em ditar a silhueta ''ideal''. Para comprovar, basta olhar as ''divas'' de cada época e suas medidas. Marilyn Monroe e Vera Fisher não fariam o mesmo sucesso hoje, pelo menos não com as formas que tinham na juventude.
Os protestos vindos de estilistas e empresas que vivem da moda e do glamour só mostram que o setor realmente está precisando de quem lhe ponha rédeas e o obrigue a assumir a parte que lhe cabe da responsabilidade social.
O fato é que todo indivíduo precisa amar a si próprio para interagir de forma saudável e produtiva com o próximo e na comunidade. Atitude que se torna quase inatingível quando o padrão de beleza impõe o culto à magreza doentia.
O problema se torna mais grave entre meninas e adolescentes, causando doenças como bulimia e anorexia. Mas a insatisfação de não poder ver no próprio espelho indícios do padrão de beleza estipulado nas passarelas e revistas atinge também mulheres adultas e maduras. Descontentamento este que interfere no desempenho sexual, sendo responsável pela mulher não se sentir ''à vontade'' ou ''capaz'' de satisfazer a si e ao parceiro.
Para ter uma idéia, o padrão de beleza atual é chamado de ''síndrome do tamanho zero'' e se refere não à inexistência de medidas, mas à tabela das medidas norte-americanas, que equivale a um tamanho 32 no Brasil, ou ainda, ao corpo de uma garota de 10 anos em uma jovem de estatura alta.
A esperança é que com os debates gerados por este conflito entre os que defendem a beleza estética com saúde e os interesses econômicos a sociedade passe a aceitar as diferenças e a beleza característica de cada um.
Márcio Dantas de Menezes - médico, palestrante e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual

Tuesday, October 10, 2006

UMA AULA DE AFETO E SEXUALIDADE

Nas locadoras, uma aula de afeto e sexualidade.
''Alguém tem que ceder'', filme dirigido por Nancy Meyers e que tem à frente do elenco Jack Nicholson e Diane Keaton, permite várias leituras, todas de interesse ao relacionamento afetivo entre homens e mulheres.
Nicholson é um solteirão de 63 anos que só gosta de se relacionar com mulheres com menos de 30. Por uma série de circunstâncias, ele acaba conhecendo a mãe de sua namorada.
A relação com a namorada naufraga e Nicholson e Diane Keaton (a mãe) acabam iniciando um tumultuado relacionamento. Esse início tem diversos ícones: o momento em que dá de cara com Diane completamente nua e esboça esgares de horror, acompanhados de gritos; o outro é quando, caído no chão, por um enfarte, percebe que Diane vai lhe aplicar respiração boca a boca, que ele permite com ressalvas, mesmo estando correndo o risco de morrer.
Diane, que estava há anos sem ter relacionamentos amorosos, conhece um jovem médico, que torna-se seu namorado, mas só depois de ter tido um breve romance com Nicholson, pleno de simbolismos, a começar quando ela pede para cortar a blusa de gola alta.
Até aí ela se dera o direito de ter sexo pelo sexo, tal como Nicholson que, aliás, usava Viagra às escondidas, só revelando seu ''segredo'' diante da iminência da medicação lhe provocar a morte se fosse administrada com outro remédio.
O cortar da blusa de Diane é revelador do processo mental de mulheres que já chegaram à menopausa: primeiro elas precisam se sentir amadas pela cabeça, para só depois decidirem abrir os braços para o amor e partirem para o ato sexual que, aí sim, tende a ser prazeroso.
É importante ressaltar o papel do Viagra e de outros indutores de ereção, o que só reforça a necessidade de se liberar a produção, no prazo mais rápido possível, de genéricos a baixo preço, democratizando-se assim o sexo, em especial para pessoas da terceira idade.
Recomendamos que corram à locadora para ver esta aula de afeto e sexualidade. Basta lembrar a frase de Nicholson para Diane: ''Você é uma mulher para ser amada''.
Márcio Dantas de Menezes - médico, palestrante e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual

Monday, October 09, 2006

É PRECISO TER RESILIÊNCIA SEXUAL

Você sabe o que é resiliência sexual? Para entender um pouquinho, faça uma experiência. Pegue uma folha de papel, amasse em forma de uma bolinha e jogue-a na mesa. Quanto ela volta ao normal? Pouco, não é?
A resiliência é um termo emprestado da engenharia e da física. Nessas áreas, ela é definida como a capacidade de um corpo físico superar uma pressão, voltando ao seu estado original sem ser alterado. No nosso dia-a-dia, a palavra é definida como a capacidade que as pessoas têm de, diante de uma situação adversa, de um trauma, se recuperar e dar a volta por cima. Quanto mais resiliência, mais rápido a pessoa se recupera.
Dentro da perspectiva de uma vida sexual, isso faz parte do amadurecimento. As pessoas com baixa resiliência não evoluem sexualmente ou, no máximo, evoluem bem mais lentamente do que as outras. Elas são mais confusas, não se concentram na atividade sexual, têm dificuldade com a própria realidade e buscam transferir a culpa pelo seu estado para outras pessoas.
Já o oposto, pessoas com alta resiliência são as que enfrentam melhor os problemas. São criativas, inovadoras e quando têm algum problema na vida sexual conseguem dar a dimensão devida, sem exageros, procurando dentro do seu repertório a busca da solução ou mesmo ajuda especializada.
Estamos falando sobre resiliência porque é importante que as pessoas tomem as rédeas de sua vida sexual e afetiva, não transferindo os problemas e, principalmente, buscando soluções que as levem novamente para a normalidade.
Para o sucesso na vida sexual, é essencial que a pessoa aja como protagonista. Todo mundo tem problemas. Em alguns momentos da vida, eles são mais graves e em outros, menos. Porém, são fases a que todos estão sujeitos. E a vida é assim mesmo, de altos e baixos. Não há linearidade.
E cada um é responsável pela própria vida sexual. Falando numa linguagem mais popular, é preciso ter jogo de cintura. Quando cair, é preciso levantar. Quando a pessoa se levanta, ela aprende a ser um pouco melhor. Aprender a cair é ser uma pessoa melhor.

Friday, October 06, 2006

A INSATISFAÇÃO SEXUAL DO BRASILEIRO

Pesquisa feita pelo Projeto Sexualidade, ligado ao Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, com pessoas de 18 a 50 anos, mostra que os homens brasileiros não estão satisfeitos sexualmente.

A pesquisa teve como objetivo calcular o número de relações sexuais semanais e a quantidade dos que têm disfunção erétil. O ponto em comum de quase todos os entrevistados é o desejo de dobrar o número de relações.

Segundo a pesquisa, há três tipos de disfunção erétil. A maioria dos pesquisados tem a do tipo leve, que é aquela que não impede a penetração, mas atrapalha a intensidade da ereção. Em seguida, vem a disfunção erétil moderada, que ainda não impede a penetração, mas aparece com mais regularidade. E por último surge a total incapacidade de ter ereção.

Outra constatação da pesquisa é sobre o número de relações sexuais por encontro, sendo que a maior parte (63,3%) tem um único ato sexual em 24 horas. Do restante (36,7%), a maioria tem a segunda relação em até uma hora depois da primeira.

Com a terapia de reposição hormonal, administrada sob prescrição e acompanhamento de um especialista em medicina sexual, homens próximos ou já na andropausa, podem aumentar seu índice de testosterona e, conseqüentemente, sua libido, podendo realizar seu desejo de melhores performances sexuais com suas parceiras.

Os facilitadores de ereção como Viagra, Levitra e Cialis também desempenham papel importante quanto a aumentar não só o número de relações sexuais como ainda dar mais rigidez ao pênis durante a penetração e igualmente devem ser prescritos e contarem com acompanhamento médico.

Podemos afirmar, com base em experiência clínica de mais de 20 anos, que todos os problemas de disfunção erétil são suscetíveis de solução, variando de soluções simples a outras mais complexas.

Bem fazem os milhões de brasileiros que querem aumentar o número de suas relações sexuais. Por que não? Afinal, sexo é vida.

Thursday, October 05, 2006

Coluna Sexo e Comportamento - Folha de Londrina - 05/10/06

Sexo casual e suas consequências

Há entre os jovens a informação de que sexo é sempre bom. Sexo realmente faz bem para pessoas de qualquer idade. É energizante, revigorante.

Porém vemos hoje uma mudança de comportamento com a moda do ficar. Os jovens e muitos adultos, antes de começar um relacionamento mais sério, ficam com vários parceiros até encontrarem alguém que seja a pessoa considerada ideal. E essa mudança de comportamento, a busca pela pessoa certa não se restringe apenas ao roçar de mãos, olhares furtivos e beijos roubados como era a prática no tempo de nossos pais e avós. Hoje temos notado um aumento substancial de casos de sexo casual, principalmente entre os jovens. Muitos transam apenas por achar moderno, por quererem ser atuais.

E por mais informações que possamos ter e por mais vontade que temos de transar com alguém é sempre importante, antes de tomar a decisão, analisar se é a coisa certa a fazer. Isso não é uma questão de moralismo, muito pelo contrário, e sim de responsabilidade sexual.

O sexo casual pode trazer momentos de prazer, mas também tem suas consequências. A responsabilidade não deve terminar ao se colocar a camisinha. É um engano que seja assim. Quando temos uma relação sexual com alguém, não temos responsabilidade apenas com o nosso próprio corpo, mas também com o parceiro.

Para muitas pessoas, jovens ou adultos, o sexo casual traz consequências emocionais que podem afetar seriamente a auto-estima. Será que ele (a) não está comigo apenas para transar? Será que ele (a) não está apenas querendo se divertir?

Geralmente as mulheres são mais emotivas do que os homens e, na maioria das vezes, sofrem mais quando não estão seguras do que estão fazendo. O sentimento de ter sido usado ou de usar alguém pode afetar muito a auto-estima da pessoa. Pode provocar depressão, inibição social e outros males.

Dizer não ao sexo casual muitas vezes é melhor do que dizer sim. Se a pessoa não está segura do que quer, é melhor não fazer.

Wednesday, October 04, 2006

Coluna Sexo e Comportamento - Folha de Londrina - 04/10/06

Estética genital influencia na vida sexual?

Segundo pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP) com 7.103 entrevistados, de 18 a 80 anos, em 18 cidades brasileiras, os dois maiores medos da mulher são não satisfazer seu parceiro na cama (45,4%) e não ter orgasmo (32,5%). A falta de desejo afeta três vezes mais as mulheres (8,2%) que os homens (2,1%), e 16,5% das mulheres entre 26 e 40 anos sentem dores durante a relação sexual.
A estética genital está intimamente ligada ao desejo, à excitação e ao orgasmo. Com a liberação dos tabus que cercavam a sexualidade feminina e o aumento da longevidade em uma sociedade que valoriza a juventude, algumas mulheres passaram a encarar a estética e o rejuvenescimento das áreas genitais como algo tão importante quanto as demais intervenções estéticas. Mais que seguir ícones de beleza da sociedade, a sexualidade humana determina novos padrões de sensualidade.
As novidades na área são a correção e o aumento, sem cirurgia, de glúteos e mamas, o estreitamento do canal vaginal e a redução dos lábios vulvares. Esta correção pode promover satisfação pessoal, aumento da auto-estima e melhora do relacionamento íntimo.
Se glúteos bem proporcionados são importantes para aumentar a auto-estima, os problemas mais íntimos como cicatrizes na área genital, alargamento da vagina ou lábios vulvares irregulares - seja por formação congênita, por partos naturais sucessivos, por idade ou por outros fatores - podem provocar incômodos estéticos e inibir o relacionamento sexual.


Fonte: www.folhadelondrina.com.br

Friday, September 29, 2006

Coluna Sexo e Comportamento - Folha de Londrina - 29/09/06

Pais precisam observar pênis dos filhos?

O pênis masculino é um assunto que está sempre na mente das pessoas. Muita gente, por exemplo, tem curiosidade em saber até que idade o pênis pode crescer.
Pesquisa feita com 1,5 mil homens na Inglaterra atestou que o pênis pode crescer até os 21 anos. Segundo esse estudo a curva de crescimento em extensão mostra que entre os 11 e 15 anos ocorre o que se chama de espigão do crescimento. Depois deste período a intensidade do crescimento é menor.
Em todos os países, há sempre uma preocupação dos pais em saber se o pênis do filho é normal ou não. Se o pênis é grande, médio ou pequeno. O tamanho do pênis é diferente entre as raças. Na Inglaterra, o pênis médio varia entre 12 e 15 cm em ereção. Um pênis com 7,5cm de comprimento é considerado micropênis.
Investigação de casos de impotência e ejaculação precoce feita no Brasil com 2.048 pessoas mediu, entre várias análises, o comprimento e o perímetro dos membros dos pacientes. Conforme os dados conseguidos, a média de comprimento do pênis dos pacientes analisados é de 13,5cm.
A definição do comprimento do pênis e de seu diâmetro começa na fase uterina. O tamanho é gerido pelos hormônios do crescimento e pela testosterona.
Quando os meninos nascem é importante ficar atento e não ter vergonha de olhar os órgãos genitais. Se achar que ele não está se desenvolvendo corretamente deve-se procurar um pediatra. E, se houver necessidade, um endocrinologista. Quanto mais cedo se notar a falta de crescimento mais facilmente será possível tratar e fazer a correção.
A observação é muito importante também nos casos de obesidade infantil. Em algumas crianças gordinhas o pênis fica escondido pela camada de gordura abdominal, provocando a ilusão de que o pênis é pequeno, o que nem sempre é realidade. Mas o melhor caminho mesmo é acompanhar o desenvolvimento da criança e, em caso de dúvida, procurar um médico.
Fonte: www.folhadelondrina.com.br

Thursday, September 28, 2006

Coluna Sexo e Comportamento - Folha de Londrina - 28/09/06

(Ir)Responsabilidade Sexual

No tempo do descobrimento do Brasil, uma mensagem só chegava a Europa meses depois de ter sido escrita. Ela ia de navio e nem sempre chegava ao seu destino. A navegação era um risco e os naufrágios, comuns. Receber a resposta então era um drama, uma longa espera.
A tecnologia avançou tanto que hoje você envia uma mensagem de texto, uma foto, um vídeo para o outro lado do mundo e o destinatário o recebe praticamente no mesmo instante através da internet.
Como tudo na vida a velocidade da propagação da informação tem o lado bom e o ruim. Por isso é preciso muito cuidado principalmente quando se trata de comportamento sexual. Dias atrás a atriz Juliana Paes participava de um desfile quando uma brisa levantou seu vestido. Ela estava sem calcinha. Os fotógrafos flagraram e a imagem foi para a internet.
Nos últimos dias a internet foi inundada por um vídeo, feito por um paparazzi, em que uma famosa modelo e apresentadora de televisão brasileira estaria transando com o namorado numa praia da Espanha.
O fato é que todas as pessoas podem inserir informações na internet. O lado bom é que a grande rede é um ambiente de informação livre. E este também é o problema. Se há falta de responsabilidade o resultado pode ser catastrófico para a vida de uma pessoa comum. Recentemente, no interior de São Paulo, um jovem colocou, por vingança, a foto da ex-namorada na internet em que ela aparece tendo uma relação sexual. O resultado foi catastrófico. As cenas provocaram um trauma na família. A menina precisou mudar de escola e o garoto foi preso. Mesmo em Londrina há casos parecidos.
Hoje qualquer um pode fazer imagens de vídeo usando celular, câmera fotográfica, palmtop, webcam. Uma simples brincadeira entre adolescentes pode se transformar em uma tragédia pessoal.
Sem falsos moralismos, o fato é que os jovens precisam ser alertados sobre os riscos e o trauma que isso pode provocar na vida das famílias e da sociedade.

Fonte: www.folhadelondrina.com.br

Wednesday, September 27, 2006

Coluna Sexo e Comportamento - Folha de Londrina - 27/09/06

Como aumentar o bumbum?

Ele reina absoluto na preferência nacional. Talvez por isso o ''bumbum'' seja sempre tão visado e exposto à análise pública. Os músculos dos glúteos sofrem muito com acúmulo de gordura, falta de exercícios físicos e vida sedentária, que os sujeitam à flacidez.

Corrigir esse ''problema'' é uma questão que envolve além da estética, satisfação pessoal, melhora da auto-estima e até qualidade de vida. Sentir-se atraente, despertar a atenção do parceiro e relaciona-se melhor com pessoas que convivem ao seu redor são alguns dos motivos que levam as pessoas aos tratamentos especializados.

A bioplastia é capaz de aumentar e definir a musculatura desejada. Essa técnica consiste na injeção do polimetilmetacrilato, material inerte e definitivo, no grupo muscular desejado. São moléculas capazes de moldar a musculatura.

O procedimento, com anestesia local, pode ser feito em consultório, e não ultrapassa 30 minutos de duração. Antes da aplicação os pacientes são submetidos a testes antialérgicos. Além disso, o produto estimula a produção de fibroblastos e colágeno pelo organismo, que proporcionam o aumento do volume inicial do polímero injetado no decorrer das três primeiras semanas. Após o procedimento, o paciente pode levar vida normal.

Diferente de outras substâncias, o polimetilmetacrilato não é absorvido pelo organismo, como ocorre com a aplicação de gordura, e é um procedimento bem menos agressivo que os implantes de silicone. Pode ser feito em várias sessões mensais até um total de 80ml a 160ml, com resultados já na primeira sessão, sem deixar marcas.

O uso do polimetilmetacrilato é a primeira indicação em pequenos e médios aumentos de glúteos, sem provocar a perda de sensibilidade ao toque. É o procedimento mais adequado para a correção de defeitos congênitos ou adquiridos, como depressões causadas por injeções contra celulite, cavidades e variações anatômicas provocadas pela flacidez, por falta ou diminuição de gordura em uma ou ambas as nádegas.

Fonte: www.folhadelondrina.com.br

Saturday, September 23, 2006

Coluna Sexo e Comportamento - Folha de Londrina - 23/09/06

Ejaculação precoce pode ser tratada?

Hoje vamos responder a carta de um leitor que faz algumas perguntas sobre ejaculação precoce. O problema atinge cerca de 30% dos homens no mundo todo. No Brasil estudos chegam a falar em 40%.

Não existe um tempo específico antes de ejacular para definir esse problema sexual. Alguns homens ejaculam antes mesmo da penetração. Outros logo após a penetração provocando insatisfação a si próprio e à parceira. Entre as causas podemos citar aumento de sensibilidade da glande peniana; ansiedade frente ao desempenho sexual; inexperiência; primeira experiência com parceira que tenha estimulado coito rápido; culpa ou sentimentos negativos em relação à parceira. Não existe uma causa específica.

O problema é tratado através da psicoterapia, com medicamentos, ou usando associação dos dois. O objetivo é reduzir a ansiedade. Cada profissional tem a sua ordem de escolha por este ou aquele medicamento, devendo ser usado de forma contínua. É importante ressaltar que todo tratamento precisa ser acompanhado por um médico.

Outras possibilidades usadas são acupuntura, terapia sexual e até cirurgias - estas ainda consideradas experimentais.

Aos 68 anos o indivíduo que apresenta ejaculação precoce deve investigar também a sua qualidade de ereção e a rigidez de seu pênis. Alguns autores sustentam a idéia de que a redução da qualidade e tempo da ereção poderiam provocar ejaculação mais rápida. Nessa idade, a abordagem é diferente de um rapaz de 21 anos e de um adulto de 45.

É bom lembrar que na ejaculação precoce estão envolvidos todos os tipos de emoções e que saber lidar com eles é um ato de amadurecimento permitindo uma relação sexual saudável, com troca intensa do casal. Costumo dizer que a ejaculação precoce do homem é uma fotografia de sua vida. Se você vive estressado sua ejaculação também será assim. Outras informações no www.psiqweb.med.br/sexo/ejacul.html.

Fonte: www.folhadelondrina.com.br

Friday, September 22, 2006

Coluna Sexo e Comportamento - Folha de Londrina - 22/09/06

Homem precisa fazer reposição hormonal?

Leitor da Folha escreveu para a coluna querendo informações sobre reposição hormonal para homens. Este é um tema relativamente recente, começou a ser discutido com mais intensidade nos últimos cinco anos. Não há consenso nem idade específica para começar a reposição hormonal, depende da necessidade ou não do paciente.

Porém, a partir dos 40 anos, é importante para o homem fazer check-ups de hormônios regularmente, conferindo o nível de testosterona no sangue. O profissional recomendado para estes exames seria um endocrinologista. Ele avaliaria ainda taxas de açúcar e gordura no sangue, que são importantes indicadores da saúde da pessoa, e associar os exames para avaliação da próstata (PSA).

Alguns autores chamam o período depois dos 40 de síndrome da meia idade, quando o nível de testosterona começa a apresentar alteração gradativa. Esta alteração varia de homem para homem, sendo que alguns nem a sentem.

Quando a redução é mais evidente a pessoa se sente mais cansada, desanimada. Há a redução do desejo sexual, perda na qualidade da ereção e até, em alguns casos, aumento da gordura abdominal. Para exemplificar melhor, a testosterona é como se fosse um óleo lubrificante de motor. Ela lubrifica o corpo masculino e o faz funcionar melhor.

Existem várias causas para a deficiência na produção de testosterona. Ela é percebida mais acentuadamente em pacientes que sofrem ou sofreram doenças cardiovasculares, hepáticas ou pulmonares.

A reposição, no entanto, não é recomendada para todos. É o caso, por exemplo, de homens com histórico de aumento prostático, câncer de próstata. É bom que se diga que a reposição hormonal não provoca o câncer de próstata, mas pode estimular a progressão de um tumor já existente.

Se na sua cidade não existir um endocrinologista, todos os médicos estão aptos a solicitarem estes exames de sangue, na rede pública e nos convênios médicos.

Fonte: www.folhadelondrina.com.br

Thursday, September 21, 2006

Coluna Sexo e Comportamento - Folha de Londrina - 21/09/06

Falta de orgasmo tem cura?

O mundo moderno passa por intensas transformações. Entre as mais evidentes está o comportamento sexual. As pessoas, de um modo geral, buscam cada vez mais informações; procuram se conhecer melhor e também conhecer melhor seu parceiro ou parceira para uma vida sexual mais saudável e feliz.

Mas ainda há muito o que avançar. Segundo estudo publicado pela Revista Brasileira de Medicina, 29% das mulheres têm dificuldades para atingir o orgasmo. Isso se chama anorgasmia.

A anorgasmia é a ausência recorrente de orgasmo, após uma fase de excitação normal, ocorrida com estimulação adequada em intensidade e duração. Ela pode ser classificada como primária, quando ocorre com pessoas que nunca atingiram um orgasmo, seja através da relação sexual ou da masturbação; secundária, ocorre em pessoas que tinham orgasmos em relações sexuais e deixaram de tê-los de forma sistemática; absoluta, se a pessoa é incapaz de atingir um orgasmo pela relação sexual ou pela masturbação, em nenhuma circunstância; e situacional, se a pessoa pode alcançar um orgasmo, mas só em circunstâncias específicas.

Há vários fatores - orgânicos e/ou psicológicos - que podem provocar a falta de orgasmo. As mulheres reagem de forma diferente dos homens aos estímulos. Elas são mais sentimentais e românticas, têm que sentir e ser sentidas. As mulheres precisam se sentir bonitas, ter segurança, melhorar a auto-estima. Já o homem é mais visual. Ele precisa tocar.

Entre os fatores orgânicos podemos destacar problemas com a tireóide, circulação sanguínea, cardiopatias, obesidade, diabetes, depressão, abuso do cigarro. Essas situações podem comprometer a excitação e, em consequência, o orgasmo. A boa notícia é que a anorgasmia tem tratamento com ótimos resultados.

No www.abcdasaude.com.br são apresentadas algumas técnicas para que as mulheres entendam mais o seu corpo. Se a questão for clínica o melhor caminho é procurar um médico para uma avaliação.

Fonte: www.folhadelondrina.com.br

Wednesday, September 20, 2006

Coluna Sexo e Comportamento - Folha de Londrina - 20/09/06

Quando parar de fazer sexo?

Pode parecer estranho, mas hoje, apesar de todas as informações disponíveis, ainda tem gente que acredita existir uma idade para as pessoas pararem de ter um relacionamento sexual ativo e saudável.

O fato é que a vida sexual não tem data para acabar. Hoje, homens e mulheres chegam à velhice bem mais saudáveis física e psicologicamente do que no tempo dos nossos tataravós. E se há desejo e afeto, não há porque parar.

É verdade que vários fatores influenciam na perda da sexualidade ao longo do tempo. Dentre as razões se encontram as fisiológicas e psicológicas (perda de algum ente querido), econômica e fatos que ocorrem no cotidiano que às vezes não afetam diretamente o indivíduo, mas o sensibilizam de forma que a sexualidade fica mais debilitada.

Esses fatores influenciam nas mais variadas pessoas, sem levar em consideração a idade, mas quando se alcança a terceira idade, outra questão pode ser abordada quando se fala de sexualidade, que é o preconceito social sofrido.

Este preconceito, que precisa acabar, está baseado em que ''velhice'' significa ausência de sexo, partindo do princípio da procriação, onde o idoso não tem mais a necessidade de gerar filhos.

Esta premissa causa constrangimento em pessoas que possuem o corpo em ótimo estado para o ato sexual, mas a mente não está livre destes pensamentos que provém de idéias errôneas na nossa sociedade.

Esses fatores psicossociais podem ser tratados como responsáveis pela perda da sexualidade e, por consequência disto, a felicidade na terceira idade estaria comprometida.

O melhor caminho é lutar contra o preconceito. Desde que as pessoas se sintam felizes e saudáveis, não há nenhuma restrição para continuar tendo uma vida sexual ativa, independente da idade. O mais sensato é a quebra deste paradigma para que as pessoas que chegaram a terceira idade possam desfrutá-la da melhor maneira possível, inclusive sexualmente.

Fonte: www.folhadelondrina.com.br

Tuesday, September 19, 2006

Coluna Sexo e Comportamento - Folha de Londrina - 19/09/06

Moacir Costa inovou o tema sexualidade

Vamos fazer uma pequena pausa hoje na Coluna Sexo e Comportamento para falar um pouco do médico e sexólogo Moacir Costa, que morreu no último domingo.

Moacir Costa, nascido em Presidente Prudente, médico e psicoterapeuta especialista em sexualidade pela Universidade de Cornell, Nova York, nos Estados Unidos, foi por alguns anos professor de psiquiatria na Universidade Estadual de Londrina. Também era coordenador do Projeto Amar Bem além de ser autor e co-autor de vários livros sobre sexualidade. Um currículo por si só invejável. Mas Moacir Costa tem uma importância muito maior do que seu currículo mostra para o estudo da sexualidade no Brasil.

Ele teve a coragem e a ousadia de levar a discussão sobre sexualidade para as escolas, os jornais, emissoras de rádio e televisão. Essa discussão é imprescindível para a nossa evolução pessoal e coletiva. A partir de sua iniciativa, as portas foram abertas para vários outros seguidores seus.

Eu tive o prazer de conhecer o Dr. Moacir Costa e participar de vários eventos médicos em que ele esteve presente. Cordato, talentoso e atento às inovações foi, por exemplo, o primeiro a trazer para o Brasil a discussão sobre o tratamento da impotência sexual. Com os novos conceitos divulgados pelo médico, a impotência começou a ser vista como um problema para ser resolvido de forma multidisciplinar, vendo o paciente com uma postura mais global e completa.

Foi também um dos primeiros a levantar a questão de que problemas sexuais não são coisa de gente da terceira idade. Os problemas, na verdade, podem acontecer e acontecem em todas as idades. E precisam ser tratados para dar mais qualidade de vida para as pessoas, independente da idade que elas têm.

É por isto que a morte de Moacir Costa nos deixou tão tristes.

Moacir Costa ainda tinha muito a contribuir .

Márcio Dantas de Menezes é cirurgião vascular e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual.

Fonte: www.folhadelondrina.com.br

Monday, September 18, 2006

O que é anorgasmia?

O mundo moderno vem passando por intensas transformações. Entre essas transformações que são mais evidentes está o comportamento sexual. As pessoas, de um modo geral, estão buscando cada vez mais informações; estão procurando se conhecer melhor e também conhecer melhor seu parceiro ou parceira para uma vida sexual mais saudável e feliz.

Mas ainda há muito o que avançar. Segundo um estudo sobre o perfil sexual dos brasileiros publicado pela Revista Brasileira de Medicina, 29% das mulheres disseram que têm dificuldades para atingir o orgasmo. Isso se chama anorgasmia.

A anorgasmia é a ausência recorrente de orgasmo, após uma fase de excitação normal, ocorrida com estimulação adequada em intensidade e duração. A anorgasmia pode ser classificada como primária que é quando ocorre com pessoas que nunca atingiram um orgasmo, seja através da relação sexual ou da masturbação; secundária ocorre em pessoas que tinham orgasmos em relações sexuais, e deixaram de tê-los de forma sistemática; a absoluta se a pessoa é incapaz de atingir um orgasmo pela relação sexual ou pela masturbação, em nenhuma circunstância; e situacional: se a pessoa pode alcançar um orgasmo, mas só em circunstâncias específicas.

Há vários fatores – orgânicos e psicológicos ou ambos - que podem provocar a falta de orgasmo. As mulheres reagem de forma diferente dos homens aos estímulos. A mulher é mais sentimental e romântica. Ela tem que sentir e ser sentida. Já o estímulo do homem é mais visual. Ele precisa tocar. As mulheres precisam se sentir bonitas, ter segurança, melhorar a auto-estima.

Entre os fatores orgânicos podemos destacar problemas com a tireóide, circulação sanguínea, cardiopatias, obesidade, diabetes, estar em estado depressivo, o abuso do cigarro. Estas situações podem comprometer a excitação e, em conseqüência, a chegada ao orgasmo. A boa notícia é que a anorgasmia tem tratamento e com ótimos resultados.

No site www.abcdasaude.com.br são apresentadas algumas técnicas para que as mulheres entendam mais o seu corpo. Se a questão for clínica o melhor caminho é procurar um médico para uma avaliação.

Coluna Sexo e Comportamento - Folha de Londrina - 16/09/06

Como buscar a felicidade?

A beleza como parte da sedução é algo que as mulheres exploram muito bem e que os homens começam a aprender. Clínicas de cirurgia plástica e de estéticas estão lotadas. O Brasil é o segundo maior consumidor de Botox. Recentemente uma revista semanal mostrou que a elite política brasileira aderiu ao partido do Botox para melhorar a estética.

Hoje parece existir uma necessidade social de estar dentro dos padrões de beleza para usufruir o que se costuma chamar de sucesso. Até a simples e comum acne pode prejudicar o candidato a uma vaga de vendedor, por exemplo.

A beleza exterior é vista por muita gente como condicionante para o sucesso, seja profissional ou pessoal. Os que não se enquadram neste padrão sofrem, pois imaginam que terão um longo caminho a ser percorrido.

Na esfera sexual, temos, a todo o momento, movimentos ditando o sucesso sexual, o que é belo e o que vai ser belo. Uma situação pouco sensorial e longe da realidade da maioria da população.

Para algumas pessoas, não se enquadrar na chamada beleza pode trazer problemas. O belo, porém, pelo nosso entendimento, deve ser atemporal. A percepção de beleza é diferente de pessoa para pessoa.

O belo a que me refiro é com quem vou me relacionar afetivamente, sexualmente e de todas as outras formas. O belo deve ser o que me preenche e me traz alegria. O belo que se vê na padronização da mídia não é sustentável.

Cuidar do corpo é importante para a felicidade das pessoas. É normal que depois de duas ou mais gestações a mulher queira melhorar as novas pequenas varizes, suas mamas e até mesmo seu trajeto vaginal. Enfim, é normal e importante cuidar da saúde.

A saúde do ser humano hoje não passa só por falta de doenças, mas da conjugação do projeto espiritual e pessoal com a formação contínua de ambiente emocional equilibrado e procura do bem-estar físico. Com esta construção poderemos desfrutar uma vida sexual saudável.


Fonte: www.folhadelondrina.com.br

Friday, September 15, 2006

Coluna Sexo e Comportamento - Folha de Londrina - 15/09/06

Sexo virtual é saudável?

Para quem ainda não está tão habituado com a internet e com a revolução que ela provoca no comportamento das pessoas, falar sobre sexo virtual pode parecer até estranho. Já para os jovens é um tema bem mais recorrente do que se possa imaginar.

Estudo feito com jovens canadenses e divulgado pela France Presse mostra que eles estão ''digitalizando'' sua vida afetiva. Uma grande parcela de jovens está trocando o contato físico pelos teclados e monitores de computador. Conforme o estudo, 87% dos jovens pesquisados em 150 colégios e universidades do Canadá, reconheceram ter sexo virtual através de mensagens instantâneas, webcams ou telefones.

No Brasil não há um estudo sobre o tema, mas, como os brasileiros estão entre os que mais usam a internet no mundo, os números e o comportamento não devem ser muito diferentes.

O computador, para as novas gerações, tem sido um ótimo instrumento para a busca de informação, pesquisa e também de relacionamento. Na adolescência a maioria dos jovens inicia sua vida amorosa e sexual. E é aí que começa o problema. É uma fase cheia de dúvidas, de medos e insegurança, que todos passam.

Garotos e garotas que têm dificuldades de conversar, de namorar, de ter amizades, escondidos atrás do monitor, soltam-se no teclado do computador. É uma forma de se sentirem mais seguros. Muitas vezes o garoto ou a garota se tranca no quarto e cria um mundo paralelo ao do restante da casa. É preciso estar atento a isso.

O problema, na verdade, ocorre quando o jovem só consegue se expressar e ter um relacionamento virtual. Vencer a timidez não é uma tarefa fácil, mas é preciso ultrapassar essa barreira. Uma boa forma é se obrigar a sair mais, criar um círculo de amigos. Para os tímidos o computador e a internet podem ser um bom caminho para iniciar as amizades, mas não podem ser um fim e sim o começo.

Márcio D. Menezes, cirurgião vascular e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual.

Fonte: www.folhadelondrina.com.br

Thursday, September 14, 2006

Coluna Sexo e Comportamento - Folha de Londrina - 14/09/06

Idade influencia no desempenho sexual?

Em 1960 a expectativa média de vida do brasileiro era de 55,9 anos. Isto significava que um homem com 50 anos de idade era visto pela sociedade como um idoso. Era o começo do fim da atividade produtiva. Nesta idade o homem já estava de olho na aposentadoria, inclusive sexual. Com o avanço da medicina e também com as mudanças comportamentais que ocorreram na sociedade nos últimos anos isto tudo mudou e mudou para melhor.
Hoje a expectativa de vida do brasileiro, conforme dados do IBGE, passou dos 70 anos. Os homens de 50 anos, ao contrário do que acontecia na metade do século passado, estão em plena atividade profissional e sexual. Eles estão fisicamente mais saudáveis, preocupam-se mais com o corpo, praticam esportes e cuidam da estética.
Esta revolução reflete-se em sua vida sexual. Na cama os ''cinquentões'' estão mais acesos do que nunca. Além da nova visão de mundo que os homens com mais de 50 têm atualmente, também contribuiu para a melhora da qualidade de vida os novos medicamentos que garantem atividade sexual mais intensa.
Os homens de 50 anos estão sabendo aproveitar melhor seus relacionamentos. Eles já estão com sua vida profissional definida; mais maduros e controlam melhor suas ansiedades e isso se reflete na cama. Outro fator importante é que, quando se trata do desempenho entre quatro paredes, eles se preocupam mais com a qualidade dos relacionamentos do que com a quantidade.
O que ocorre é que aos 20 anos o jovem está na fase de experimentação do sexo e, com a liberdade sexual que há hoje, sente-se na obrigação de mostrar desempenho para suas parceiras.
Aos 30 anos, o homem começa a definir e estruturar sua carreira profissional. É uma fase de incertezas, de anseios, de estresse e isso afeta a sua vida sexual. Aos 50, o homem se sente mais seguro do que quer e isto reflete no desempenho.

Fonte: www.folhadelondrina.com.br

Wednesday, September 13, 2006

Coluna Sexo e Comportamento - Folha de Londrina -

É seguro colocar piercing nos genitais?

Desde sempre as pessoas gostam de se diferenciar umas das outras, seja no jeito de se vestir, de falar, de se portar. Nos últimos anos temos notado que as tatuagens voltaram a ser usadas com mais intensidade em todas as classes sociais. O que antigamente era considerado coisa de marginal hoje é visto como forma de expressão saudável.
O mesmo está acontecendo com o piercing. O piercing é um adereço usado em várias culturas há milhares de anos como forma de expressão pessoal, ritual ou espiritual. Depois de um período de ostracismo o piercing voltou com tudo na década de 1970 pelas mãos dos gurus que encantavam músicos da Inglaterra e de outros países europeus. Mas a explosão do piercing aconteceu mesmo a partir dos anos 90.
Por onde se anda é possível observar pessoas com o adereço na orelha, umbigo, nariz, mamilos, língua e em outros lugares menos visíveis. E são nestes lugares menos visíveis que podem trazer problemas para a saúde. No final de 1999 e início de 2000, nos EUA virou moda colocar piercings nos genitais. Colocam-se piercings no pênis, bolsa escrotal, região do períneo, lábios vaginais internos e externos e clitóris.
Há relatos de que o uso do piercing nos genitais pode aumentar o prazer sexual. Porém isso é muito perigoso. Em alguns casos a cicatrização pode demorar de três a quatro semanas. Além disso, pode provocar irritações, quelóides e até rejeição.
Todo cuidado é pouco. A implantação de piercings nos genitais, além de provocar desconforto, pode ser a porta de entrada para bactérias, infecções, hepatite B e C e reações alérgicas. Mais do que isso, se o processo não for bem feito pode provocar lesões na uretra, clitóris e outras complicações. Antes de optar pela colocação de um piercing no genital é importante obter o máximo de informação possível, conhecer os riscos, ver se a empresa ou a pessoa que faz o trabalho é de confiança, se usa materiais descartáveis, para então decidir se vale ou não a pena corrê-los.
Fonte: www.folhadelondrina.com.br

Tuesday, September 12, 2006

Coluna Sexo e Comportamento - Folha de Londrina - 12/09/06

O uso da camisinha ainda é essencial?

As campanhas de prevenção da Aids têm sido eficazes no combate à propagação da doença. É preciso reforçar na população a certeza de que a camisinha é um instrumento eficaz para evitar a contaminação pelo HIV e também por outras doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, a camisinha atua na prevenção da gravidez indesejada, flagelo que assola um número cada vez maior de adolescentes que estão absolutamente despreparadas para assumir tanto os bônus quanto os ônus da maternidade. Estudos realizados pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA mostram que o uso do preservativo reduz muito a possibilidade de contaminação. Os pesquisadores ampliaram o látex usado para a fabricação do preservativo em duas mil vezes, observando-o então com um microscópio eletrônico. Nessa avaliação, nenhum poro foi achado. As pesquisas prosseguiram e outro trabalho avaliou 40 marcas de camisinhas vendidas no mundo, ampliando o látex desses produtos em 30 mil vezes e, mesmo assim, nenhum poro foi encontrado. Paralelamente, estudos feitos em pesquisa da Universidade de Wisconsin, nos EUA, mostraram que o uso sistemático e correto do preservativo apresenta uma efetividade superior a 95% na prevenção da transmissão do HIV. Mais ainda: mesmo que usado de forma inconstante, o uso da camisinha aumenta em 10 mil vezes a proteção contra o vírus. Diante disso é importante estarmos atentos e divulgarmos o máximo possível campanhas que incentivem o uso da camisinha. Não podemos ignorar que o uso da camisinha é, sem dúvida, a forma mais eficaz de se evitar a disseminação da Aids em todo o planeta. Outra recomendação é verificar sempre a data de validade na embalagem e, para guardá-la, preferir locais frios e secos. Deixar a camisinha por muito tempo na carteira ou no porta-luvas do carro pode estragá-la.
Fonte: www.folhadelondrina.com.br

Monday, September 11, 2006

Coluna - Sexo e Comportamento - Folha de Londrina - 09/09/06

A guerra afeta a sexualidade?

A milhares de quilômetros da guerra no Iraque, a primeira reação é achar que essa violência, tão longe, não nos afeta no dia-a-dia, seja em relação a atividades como trabalhar, comer, dormir, aproveitar as horas de lazer, até mesmo relacionamentos de amizade e sexuais. Será? Especificamente em relação ao sexo podemos afirmar, com base em nossa atividade clínica, que todos somos afetados - uns mais, outros menos. A plena sexualidade depende de elevado grau de felicidade íntima de cada parceiro e é sabido que não se pode ser plenamente feliz em meio a notícias de atrocidades, prepotência e arrogância imperial, dando conta de um massacre contra a população de um outro país, já que esta não pode ser considerada uma guerra (que pressupõe uma luta entre iguais), mas apenas o exercício da lei do mais forte, sem o respaldo da comunidade internacional. Não posso ser feliz e, consequentemente, plenamente predisposto a dar meu amor ao próximo por vias sexuais de maneira intensa, pois meu organismo se recusa a atender minhas disposições a respeito, disse-me um paciente de 35 anos, que encarou pela primeira vez na vida problemas com ereção. É um caso isolado, sim. Mas problemas de impotência vêm ganhando terreno em nosso País com as crises e o aumento do desemprego, achatamento salarial e violência urbana, contribuindo para o fim de casamentos e provocando ansiedade e estresse. Realmente, sendo a relação sexual a mais intensa demonstração de amor, ela só pode ser ampla, geral e irrestrita à medida em que estejamos cercados de paz, sentimento de justiça e religiosidade. O tratamento clínico ajuda, mas não há medicação capaz de superar a capacidade de indignação diante das injustiças.
Fonte: www.folhadelondrina.com.br

Friday, September 08, 2006

Coluna - Sexo e Comportamento - Folha de Londrina - 07/09/06
Vacina contra HPV
Todas as mulheres já devem ter ouvido falar no Papilomavirus Humano, ou HPV, como é mais conhecido. Se ainda não o conhecem, é importante estar informada. O HPV é um vírus que infecta células epiteliais da pele e da mucosa, causando diversos tipos de lesões como a verruga comum e a verruga genital. Existem cerca de 100 tipos de HPV descritos até o momento e, destes, 30 são encontrados no trato ano-genital. A infecção por alguns tipos de HPV está relacionada à transformação de células epiteliais, sendo o principal fator de risco para o câncer de colo uterino. A principal forma de transmissão é através da relação sexual. A transmissão pode ocorrer após uma única relação sexual com um(a) parceiro(a) infectado(a). Grávidas com HPV podem transmitir o vírus para o feto durante a gestação ou no momento do parto. O câncer de colo de útero mata no mundo perto de 240 mil mulheres por ano. No Brasil, estima-se que sete mil mulheres morram anualmente por causa da doença. Por isso a aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso da vacina contra o HPV é tão importante e merece ser comemorada. O medicamento, com nome comercial Gardasil, foi testado em vários países, inclusive no Brasil, e vai provocar uma revolução e trazer qualidade de vida para as mulheres nos próximos anos. Nos EUA a vacina foi aprovada para aplicação em mulheres com idade entre 9 e 26 anos, que não estejam infectadas pelo HPV. Mas, atualmente, uma das melhores formas de prevenção é o uso da camisinha. Para diagnosticar a doença, o Papanicolau é o exame preventivo mais comum. Ele não detecta o vírus, mas as alterações que ele causa nas células. A Colposcopia e Peniscopia, exames feitos pelo colposcópio, aumentam o poder de visão do médico e permitem identificar as lesões em vulva, vagina, colo do útero, pênis e região anal. Informações sobre o tema: www.ipog.com.br.
Fonte: www.folhadelondrina.com.br

Wednesday, September 06, 2006

Coluna Sexo e Comportamento - Folha de Londrina – 06/09/06

Quais são os efeitos do envelhecimento nos homens?

Muitas pessoas ainda acreditam que o fato do homem se tornar mais ranzinza e nervoso com a idade mais avançada é natural e, por isto, irreversível. Isto não é verdade. O fato é que a idade vem para todos e ela traz mudanças no corpo do homem. A alteração de humor, queda da disposição física, bem como a diminuição do apetite sexual são reflexos diretos de variações hormonais causadas pelo processo de envelhecimento que desencadeia o climatério masculino, e deve e pode ser tratado. A melhor alternativa para este caso é a prevenção. Todos os homens devem realizar exames periódicos para medir a dosagem hormonal, a partir dos 40 anos de idade. A queda na produção deste hormônio é natural. Ela começa a partir dos 20 anos e sua diminuição varia de 17% a 32% até os 60 anos. A queda mais acentuada ocorre entre os 20 e os 40 anos. Mesmo assim, na maioria dos homens, a quantidade produzida pelos testículos continua suficiente com o avançar da idade. O acompanhamento permite intervir assim que a queda de produção dos hormônios, principalmente da testosterona - hormônio masculino que regula a energia vital e o humor - for mais significativa. Nos homens, níveis insuficientes de testosterona provocam entre outros sintomas, cansaço físico, desânimo e irritabilidade. Estes sintomas acabam prejudicando o convívio social da pessoa levando-a a solidão e comportamento depressivo. Esta situação pode ser evitada com conscientização, prevenção e tratamento. Com o diagnóstico precoce, a reposição hormonal traz resultados excelentes. Embora não haja nenhuma comprovação científica de que a testosterona potencializa o aparecimento de câncer de próstata, este tipo de tratamento não é indicado quando o paciente tem histórico pessoal de câncer de próstata ou casos da doença na família.

Fonte: www.folhadelondrina.com.br

Tuesday, September 05, 2006


Coluna Sexo e Comportamento – Folha de Londrina – 05/09/06

Educação Sexual é feita de forma eficiente?
A necessidade de mudar a metodologia da educação sexual para crianças e jovens crescerem emocionalmente e fisicamente mais saudáveis é consenso entre educadores e cientistas. O desafio se torna ainda mais emergencial diante dos resultados como os de pesquisa feita no México que aponta o avanço da Aids entre jovens heterossexuais menores de 25 anos. Naquele país o governo gasta US$ 20 milhões ao ano com medicamentos contra a doença. Uma das soluções é investir na educação sexual dos adultos. Embora seja importante esclarecer e educar crianças e jovens, nesta faixa etária o aprendizado acontece mais através de exemplos e referências adultas. Não adianta falar sobre sexo na escola se em casa os adultos não souberem como tratar o tema de forma natural e educativa. Sem referência segura, os jovens se encontram abandonados às próprias decisões e consequências. Da pré-adolescência à fase adulta, o jovem enfrenta uma revolução emocional e física. É nesta época que a libido está mais alta fazendo com que o número de parceiros sexuais seja maior, aumentando os riscos do contágio de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Preparar os adultos é mais complicado do que criar uma metodologia eficiente para jovens e adolescentes. O adulto já ''formatou'' seu modo de pensar e sentir o assunto, baseado na sua vivência. Romper este paradigma pessoal para permitir que a pessoa passe a ter uma visão diferente de si mesma e do mundo é o maior desafio. Por isso é muito importante a abordagem ser individual. O primeiro passo é capacitar médicos e profissionais de saúde de todas as áreas para serem capazes de diagnosticar a presença de distúrbios sexuais. Esta abordagem ajuda o indivíduo a encontrar o equilíbrio, melhorando inclusive sua auto-estima. A mudança ajudaria a criar adultos capazes de dar o apoio necessário aos jovens dentro de casa.
Márcio D. Menezes, cirurgião vascular e presidemte da Sociedade brasileira de Medicina Sexual.
Fonte: www.folhadelondrina.com.br

Monday, September 04, 2006

FOLHA DE LONDRINA TERÁ COLUNA SOBRE SEXUALIDADE

Estréia amanhã a nova coluna da Folha de Londrina - ''Sexo e Comportamento''. O objetivo da seção, que será publicada no caderno Cidades, de terça-feira a sábado, é tratar sobre temas relacionados a sexo que repercutem no dia-dia das pessoas. A coluna também será um espaço para o leitor esclarecer dúvidas sobre o assunto. Um dos articulistas do espaço é o cirurgião vascular Márcio Dantas de Menezes, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual. Ele acredita que, com esta coluna, a Folha consolida um espaço na área da saúde que já vem sendo construído com qualidade e clareza de informação. No caderno Cidades, a Folha já publica a coluna ''Sua Saúde'' esclarecendo dúvidas dos leitores, e, às segundas-feiras, o jornal dedica duas páginas sobre os mais diversos temas na área de saúde e qualidade de vida. Ejaculação precoce, disfunção sexual, estética genital, Aids na terceira idade, medicamentos para ereção, gravidez na adolescência e aborto são alguns dos temas que deverão ser abordados no espaço, pela sua importância e atualidade. ''É também um espaço para discutir políticas gerenciais de saúde'', afirma Menezes. A sexualidade é fator tão importante na vida das pessoas que é considerado um dos indicadores de qualidade de vida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). ''Disseminar informações sobre medicina sexual, de forma que possa promover mudanças de comportamento, é muito importante. Não é uma coluna científica, mas um espaço para popularizar informações sobre sexualidade'', avalia. Serviço: Perguntas para a coluna ''Sexo e Comportamento'' podem ser enviadas para o e-mail saude@folhadelondrina.com.br.

Chiara Papali
Reportagem local