Friday, August 31, 2007

ÁLCOOL PODE AFETAR A EREÇÃO

O álcool está presente na vida das pessoas há milhares de anos. Há indícios de que o vinho ou uma bebida próxima do vinho já era conhecida cinco mil anos antes de Cristo. Pesquisadores descobriram, por exemplo, que por volta de 3.500 anos antes de Cristo, na região da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, onde é hoje o Iraque, nossos ancestrais consumiam uma bebida à base de fermentação de cereais imersos em água. Esta bebida evoluiu para a cerveja que conhecemos hoje.

Muita gente considera algumas bebidas, como o próprio vinho, afrodisíacas. O fato é que a bebida alcoólica age diretamente sobre o sistema nervoso central, afetando os reflexos. Em pequena quantidade o álcool proporciona uma sensação de relaxamento e até uma certa desinibição. E esta sensação de euforia provocada pela bebida é traduzida por alguns como importante para o relacionamento sexual. É daí que se cria a imagem de que algumas bebidas são afrodisíacas. Algumas bebidas mexem com todos os cinco sentidos: tato, olfato, paladar, audição e visão. O vinho, por exemplo, ajuda a criar um ambiente sedutor, a potencializar o desejo.

Porém, consumido em quantidade, o álcool transforma-se num sério problema. Neste caso, ele funciona como depressor e inibidor do processo fisiológico do ato sexual. O abuso pode acabar com qualquer clima sensual e provocar graves problemas de saúde. Alguns jovens e até mesmo adultos consomem a bebida como se ela fosse um remédio para a ejaculação precoce, já que em pequena quantidade provoca essa sensação de desaceleração, reduzindo o nível de ansiedade.

O álcool também é muito usado pelos jovens que o consideram importante para aumentar a coragem na hora da paquera, da primeira abordagem, do primeiro contato. A bebida alcoólica, consumida sem moderação e com irresponsabilidade pode trazer sérios transtornos para quem a consome. Ela provoca o envelhecimento precoce e compromete a libido e a capacidade de ereção, prejudicando sensivelmente a qualidade de vida sexual do indivíduo.

Uma questão importante que é preciso ser abordada sempre é que os adolescentes depois de ingerirem bebidas alcoólicas ficam mais descuidados com relação ao sexo. Empolgados, muitos deles esquecem de usar preservativo, aumentando muito o risco de contraírem doenças sexualmente transmissíveis. O Instituto Barong, organização que trabalha para a redução da incidência da aids no Brasil, realizou uma pesquisa com 834 jovens entre 13 e 30 anos, a organização encontrou uma estatística que comprova a relação direta entre o consumo de álcool e a diminuição do uso de preservativos. Entre as pessoas que consumiram álcool em diferentes quantidades e tiveram relações sexuais na noite anterior à pesquisa, 73,7% não usaram preservativos, revela a pesquisa.

A propaganda também tem um fator de influência muito grande no consumo da bebida alcoólica porque sempre mostra pessoas consumindo o álcool em situações de grande prazer. O problema é que ela nunca mostra o outro lado. O lado das pessoas que consomem sem moderação e destroem a própria vida e a de seus familiares.

Monday, August 27, 2007

MUDANÇA DE SEXO

Saiu nos jornais nesta semana que o Sistema Único de Saúde (SUS) irá pagar cirurgias para mudança de sexo. Este é um assunto polêmico mas não é novo. O tema vem sendo discutido e estudado desde o início do século passado. Só para se ter uma idéia, em 1912 o médico Magnus Hirschfeld já sugeria a viabilidade de uma intervenção cirúrgica e hormonal em transexual. Nos Estados Unidos a primeira cirurgia para mudança de sexo aconteceu em 1965, no John Hopkins Hospital, e foi autorizada pelo Tribunal de Baltimore.

No Brasil só em 1997 é que foram autorizadas as primeiras cirurgias. Antes disso o procedimento era considerado crime. O médico e cirurgião Roberto Farina, que morreu há alguns anos, foi um dos pioneiros no estudo e na realização de cirurgias de mudança de sexo no país.

Atualmente um dos profissionais mais conceituados no Brasil, nesta área, é o médico Jalma Jurado, que esteve em Londrina em 1998 para uma palestra a convite da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual. Neste mesmo ano nós criamos no Paraná o primeiro Comitê de Identidade Sexual para avaliar os casos, junto com a Universidade Tuiuti, indicar e acompanhar os procedimentos para mudança de sexo.

O fato do SUS custear as cirurgias é um grande avanço no Brasil pois são procedimentos caros e muitos dos que necessitam da cirurgia não teriam condições de pagar. Na Espanha, por exemplo, uma cirurgia para mudança de sexo não custa menos do que R$ 30 mil.

Você pode estar se perguntando como é feita a avaliação para que este procedimento não traga sequelas futuras. Bom, é interessante esclarecer as diferenças entre homossexuais, travestis e transexuais. Em linhas gerais, o homossexual é aquele que está adaptado ao seu sexo, ele não quer mudar de gênero e tem atração por parceiros do mesmo sexo. O travesti é aquele que usa do fetichismo de se transvestir para auferir prazer e às vezes lucro seja social ou financeiro.

Já o transexual é o indivíduo que não está adaptado ao corpo. É como se estivesse aprisionado num corpo que não lhe diz respeito. Esta identificação ou falta dela é tão forte que traz sérios problemas emocionais para estas pessoas. A possibilidade de ajudá-las através da mudança de sexo é uma vitória para elas e para a medicina. É a possibilidade de uma nova vida.

Thursday, August 16, 2007

FRATURA NO PÊNIS

Você talvez nunca tenha ouvido falar sobre ''fratura'' no pênis, ou, em alguns casos, ouviu mas achou que era lenda. Afinal, se o órgão sexual masculino não tem estrutura óssea, como isso poderia ocorrer? A ''fratura'' no pênis é rara, mas realmente pode acontecer.

Para que o entendimento fique mais fácil, é bom lembrar que o pênis é formado por três estruturas de forma cilíndrica. São dois corpos cavernosos que ficam na parte posterior do órgão sexual e são voltados para o abdômen e um corpo esponjoso, em posição oposta aos corpos cavernosos. Os corpos cavernosos são revestidos por um tecido semi-elástico chamado túnica albugínea.

A ''fratura'' do pênis ocorre quando o membro está em estado de ereção, geralmente durante o ato sexual mais intenso. Na maioria dos casos o acidente acontece quando a mulher está por cima do homem e o pênis sai do interior da vagina batendo contra o períneo ou contra a região óssea púbica. O pênis entorta até a pressão da câmara, isto é, os tecidos dos corpos cavernosos, explodirem como se fossem uma bexiga. Neste momento, geralmente ouve-se um pequeno estalo, há perda imediata da ereção. A dor é intensa. Verifica-se um hematoma e até a deformidade do pênis.

Quando isto ocorre é preciso procurar imediatamente atendimento médico. Depois da primeira avaliação, o médico pode recomendar exames como ressonância magnética ou uma ultra-sonografia para verificar a extensão da ruptura e se houve lesão na uretra. Dependendo da gravidade, é necessário uma intervenção cirúrgica. É importante que esta avaliação seja feita nas primeiras quarenta e oito horas após o acidente.

Ocorre que muitos homens têm medo ou vergonha de procurar um médico e isso pode trazer sérios transtornos para a continuidade da vida sexual da pessoa. Sem tratamento imediato pode haver a formação de uma cicatriz interna, que poderá provocar uma curvatura no pênis e, em alguns casos mais grave, até disfunção erétil. Depois do tratamento feito, o paciente pode retornar à atividade sexual dentro de aproximadamente 30 dias.

Wednesday, August 08, 2007

AMADURECIMENTO PRECOCE AFETA CRIANÇAS

É certo que o mundo está mudando cada vez mais rápido. Mas nem todas as transformações que vemos no dia a dia são positivas. É comum nas grandes cidades, por exemplo, você entrar num shopping ou em qualquer outro lugar público e ver meninas de seis, sete anos, vestidas como mulheres. Às vezes até meninas mais novas do que isso usando maquiagem e sapato de salto alto. Muitos pais não só permitem como incentivam esta atitude.

Pode parecer ''bonitinho'' num primeiro momento, mas os pais não percebem que esta atitude pode interferir no ciclo natural de amadurecimento das crianças. Para piorar, a vida de algumas crianças parece a de pequenos executivos, com tantas atividades cotidianas que não sobra tempo para brincar ou descansar, o que é muito importante nesta fase da vida. Este amadurecimento impositivo não faz bem.

Outra situação que é preciso se levar em conta é a alta carga de informações eróticas que elas recebem através de programas de TV, propagandas, revistas, internet e outros meios de comunicação. Este excesso de erotização ajuda a provocar um descompasso entre o amadurecimento intelectual e o amadurecimento físico. Eles aceleram o processo mental e glandular. Os pais precisam estar atentos com a saúde de seus filhos.

Pesquisas realizadas em países da Europa e também no Brasil mostram que a idade média da primeira menstruação nas meninas, no início do século passado, variava entre 14 e 15 anos. Hoje a menstruação chega mais cedo, entre 10 e 11 anos. As pesquisas apontam que o motivo pode estar relacionado aos estímulos comportamentais como a erotização precoce proporcionada pelos meios de comunicação e também às mudanças nos hábitos alimentares.

A alimentação inadequada interfere na formação dos hormônios. Os triglicerídeos e o colesterol são precursores da testosterona e dos estrógenos, que são os hormônios masculino e feminino. No caso dos meninos, por exemplo, a alimentação inadequada na infância provoca aumento de peso. O aumento de gordura na região do abdome esconde parte do pênis dando a impressão equivocada, na maioria dos casos, de que o pênis é menor do que realmente é, provocando desconforto ao garoto.

É importante que os pais e professores tenham esta consciência e percepção. O amadurecimento saudável precisa ser de forma contínua e não aos pulos, sem medo e sem culpa. Não se deve forçar para que as crianças fiquem adultas antes do tempo correto. E do outro lado não se deve ser adolescente a vida toda.

Monday, August 06, 2007

HOMOSSEXUAIS MERECEM ATENDIMENTO DIFERENCIADO

O Brasil tem conseguido avançar em vários aspectos na saúde pública. Há programas de atendimento para idosos, crianças e gestantes. Há programas de prevenção de gravidez na adolescência. Todos são essenciais e ainda podem melhorar muito. São grupos de pessoas que passam a ser atendidos de forma mais adequada e isso representa um bom ganho no que se refere à qualidade de vida.

Porém, há alguns grupos de pessoas que ainda não estão tendo a merecida atenção por parte das políticas de saúde pública. Entre eles estão os homossexuais. Embora os números variem, há estudos que afirmam que 10% da população é homossexual numa parte significativa da vida. Este percentual, seja ele um pouco menor ou maior, é muito expressivo e precisa de atenção por parte da saúde pública.

A Associação Médica Australiana divulgou há alguns anos um alerta aos profissionais gestores de saúde daquele país sobre a homofobia. Segundo a associação, o preconceito pode afetar a saúde de gays e lésbicas. O estudo feito na Austrália mostra que, por causa da discriminação, os homossexuais tendem a procurar os serviços de saúde com menor freqüência do que os heterossexuais.

No Brasil, a realidade não é diferente. Ao visitar o urologista, no caso dos homens, ou o ginecologista, no caso das mulheres, é comum que os médicos perguntem sobre a saúde do marido ou da esposa do paciente, sem levar em conta que casais podem ser do mesmo sexo. Não há dúvidas de que situações assim causam constrangimento.

Muitos médicos que trabalham no sistema público de saúde, e mesmo os que atendem fora dele, não estão preparados para o atendimento aos homossexuais. Gays e lésbicas não se sentem à vontade diante destes profissionais para admitir sua orientação sexual e expor seus problemas se saúde.

É por isso que seria interessante que os governos, sejam eles municipais, estaduais ou federal, desenvolvessem programas específicos de saúde para estes grupos, com clínicas especializadas e profissionais treinados. É necessário que a abordagem seja sem homofobia para que essas pessoas tenham qualidade no atendimento e segurança no tratamento.