Monday, August 27, 2007

MUDANÇA DE SEXO

Saiu nos jornais nesta semana que o Sistema Único de Saúde (SUS) irá pagar cirurgias para mudança de sexo. Este é um assunto polêmico mas não é novo. O tema vem sendo discutido e estudado desde o início do século passado. Só para se ter uma idéia, em 1912 o médico Magnus Hirschfeld já sugeria a viabilidade de uma intervenção cirúrgica e hormonal em transexual. Nos Estados Unidos a primeira cirurgia para mudança de sexo aconteceu em 1965, no John Hopkins Hospital, e foi autorizada pelo Tribunal de Baltimore.

No Brasil só em 1997 é que foram autorizadas as primeiras cirurgias. Antes disso o procedimento era considerado crime. O médico e cirurgião Roberto Farina, que morreu há alguns anos, foi um dos pioneiros no estudo e na realização de cirurgias de mudança de sexo no país.

Atualmente um dos profissionais mais conceituados no Brasil, nesta área, é o médico Jalma Jurado, que esteve em Londrina em 1998 para uma palestra a convite da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual. Neste mesmo ano nós criamos no Paraná o primeiro Comitê de Identidade Sexual para avaliar os casos, junto com a Universidade Tuiuti, indicar e acompanhar os procedimentos para mudança de sexo.

O fato do SUS custear as cirurgias é um grande avanço no Brasil pois são procedimentos caros e muitos dos que necessitam da cirurgia não teriam condições de pagar. Na Espanha, por exemplo, uma cirurgia para mudança de sexo não custa menos do que R$ 30 mil.

Você pode estar se perguntando como é feita a avaliação para que este procedimento não traga sequelas futuras. Bom, é interessante esclarecer as diferenças entre homossexuais, travestis e transexuais. Em linhas gerais, o homossexual é aquele que está adaptado ao seu sexo, ele não quer mudar de gênero e tem atração por parceiros do mesmo sexo. O travesti é aquele que usa do fetichismo de se transvestir para auferir prazer e às vezes lucro seja social ou financeiro.

Já o transexual é o indivíduo que não está adaptado ao corpo. É como se estivesse aprisionado num corpo que não lhe diz respeito. Esta identificação ou falta dela é tão forte que traz sérios problemas emocionais para estas pessoas. A possibilidade de ajudá-las através da mudança de sexo é uma vitória para elas e para a medicina. É a possibilidade de uma nova vida.

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