Friday, July 27, 2007

BAREBACK, A ROLETA RUSSA DO SEXO

Desde que a Aids começou a se espalhar pelo mundo, no início da década de 80, todas as autoridades sanitárias e também entidades ligadas à proteção da vida lutam para reduzir os índices de contaminação do vírus HIV, que já matou milhões de pessoas desde que foi identificado. É por isso que são assustadoras as notícias de um movimento que está se espalhando pelo mundo que incentiva o sexo sem o uso de preservativos entre os homossexuais masculinos. É o chamado Bareback. Ou, numa tradução mais livre, 'montar em pêlo'.

O movimento, que teria começado na Europa e nos Estados Unidos, chegou ao Brasil e é muito preocupante. Os homossexuais que praticam o bareback alegam que os medicamentos disponíveis hoje controlam o HIV. Também dizem que quando se verifica a contaminação acaba a ansiedade e por isso deixam de se preocupar. Pode parecer insanidade um comportamento com este, a busca do prazer sem medir as consequências, mas é o que está ocorrendo em alguns grupos. Recentemente, uma pesquisa realizada num centro de tratamento de Aids na Inglaterra apontou que 62% dos entrevistados faziam sexo sem camisinha.

Essas pessoas estão colocando em risco a própria saúde e a de outras pessoas. Uma das coisas que precisamos deixar claro é que, apesar dos avanços da medicina, que são animadores, a Aids ainda é um problema muito sério. Há medicamentos que inibem o vírus HIV, porém é mentira que a contaminação não afeta a qualidade de vida da pessoa que toma a medicação. É bom lembrar que em nosso país, onde a crise no sistema de saúde é noticiada todos os dias, poucos têm acesso aos medicamentos. No Brasil, carente de estatísticas em praticamente todas as áreas, não se sabe quantas pessoas estão participando desta verdadeira roleta-russa, mas há diversos sites que incentivam a prática do Bareback. Sem querer ser alarmista, seria interessante que a Saúde Pública fizesse um trabalho também focado nestes grupos.

O Brasil avançou muito no combate à Aids e é exemplo para vários países. Conter estas 'modernidades' é essencial, pois se houver um crescimento no número de contaminações, possivelmente o sistema de saúde não conseguirá atender a todos e o resultado disso será o óbito dos que forem 'premiados' com a roleta-russa. Márcio Dantas de Menezes, médico e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual.

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